Parte Segunda
Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos
CAPÍTULO II
DA ENCARNAÇÃO DOS ESPÍRITOS
A alma
139. Alguns Espíritos e, antes deles, alguns filósofos definiram a alma
como sendo: “uma centelha anímica emanada do grande Todo”. Por que essa
contradição?
“Não há contradição. Tudo depende das acepções das palavras. Por que
não tendes uma palavra para cada coisa?”
A.K.: O vocábulo alma se emprega para exprimir coisas muito diferentes.
Uns chamam alma ao princípio da vida e, nesta acepção, se pode com acerto
dizer, figuradamente, que a alma é uma centelha anímica emanada do grande
Todo. Estas últimas palavras indicam a fonte universal do princípio vital
de que cada ser absorve uma porção e que, após a morte, volta à massa
donde saiu. Essa idéia de nenhum modo exclui a de um ser moral, distinto,
independente da matéria e que conserva sua individualidade. A esse ser,
igualmente, se dá o nome de alma e nesta acepção é que se pode dizer que a
alma é um Espírito encarnado.
Dando da alma definições diversas, os Espíritos falaram de acordo com o
modo por que aplicavam a palavra e com as idéias terrenas de que ainda
estavam mais ou menos imbuídos. Isto resulta da deficiência da linguagem
humana, que não dispõe de uma palavra para cada idéia, donde uma
imensidade de equívocos e discussões Eis por que os Espíritos superiores
nos dizem que primeiro nos entendamos acerca das palavras. (1)
NOTA: (1) Ver, na Introdução, a explicação sobre o termo alma, § II.
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COMENTÁRIO DO ESPÍRITO MIRAMEZ NA OBRA “FILOSOFIA ESPÍRITA”
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