FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME IX

 

Questão 433 comentada

CAPÍTULO 25

0433/LE

DESENVOLVIMENTO

 

O desenvolvimento maior ou menor da clarividência sonambúlica depende, de certo modo, da organização fisiológica, que prende ou afrouxa os laços da alma, com menos ou mais intensidade. No entanto, tudo se rende na profundidade da evolução da alma e na faculdade menos ou mais desenvolvida, como promessa no mundo espiritual, ao reencarnar-se.

Há pessoas altamente conscientes da verdade, que o tempo amadureceu e que vivem em certa pureza mental, sendo a própria clarividência normal em sua vida. Elas entram, por vezes, em êxtase suave, sem a menor dificuldade, e os próprios companheiros não percebem que elas se encontram em transe paranormal.

O desenvolvimento de todas as faculdades espirituais é variado e variável, fundamentado em um só princípio: o amor. Entretanto, esse amor se divide em expressões diversas, como todas as folhas de árvores são folhas, porém, em observação atenta, veremos que não existe uma igualzinha a outra, assim como, também, as marcas digitais e os rostos humanos.

O despertamento mediúnico, se assim podemos dizer, para melhor entendimento, está ligado, para ser mais proveitoso, à educação das criaturas. Sem o Cristo de Deus em nossos caminhos, poderemos errar as estradas e, perdendo-nos, gastaremos muito tempo para reencontrar as luzes do Senhor. O Espírito desencarnado dotado igualmente de clarividência, encontra em alguns dos seus corpos espirituais mais ou menos facilidade também para as visões. A mente pode harmonizar as vestes do Espírito, como pode endurecer-se, dificultando a sua própria paz espiritual.

O essencial para as almas é a conduta cristã. Jesus, quando reuniu Seus discípulos, instruiu-os, tendo, em seguida, todos eles mudado de vida, de modo a que servissem de instrumentos para a luz do amor. Assim deve ser o espírita. Se assim falamos, é para que se tenha mais vigilância, sem se esquecer da oração todos os dias. Oremos com palavras e pelo exemplo. O pensamento surge em nós na sua candidez, oriundo da força de Deus, e nós imprimimos nele os nossos sentimentos espirituais, capazes de fazê-lo brilhar em nossos corações, ou castigar os nossos ideais.

A primeira vontade da criatura que entra nas lides do Espiritismo é desenvolver mediunidade. Esse é um interesse geral, pois os fenômenos atraem, qual a luz em relação às mariposas. No entanto, esse interesse é breve. O maior fenômeno da vida, que é do interesse dos Céus, é a mudança que se pode fazer na vida. Cortar por completo a violência, esquecer o ciúme e matar por completo os dois monstros que devoram os ideais do Espírito: o orgulho e o egoísmo. São fenômenos que, se quisermos observá-los, todos os dias a natureza nos mostra, sem despender enormes esforços e o próprio tempo. São, pois, comuns para a visão de quem queira vê-los; todavia, a importância está nas transformações espirituais, como as que fizeram os cristãos primitivos, fundamento de todas as profecias, de todos os mandamentos, de toda a vida.

O planeta em que vivemos precisa do exercício desses fundamentos, porque nada falta na Terra. Ela é um paraíso, e os que moram nela é que a transformam em inferno, por desrespeitarem as leis do amor. O dia em que todos viverem os ensinamentos do Cristo, a Terra transformar-se-á em céu verdadeiro, e o Mestre ficará visível em todos os corações, a nos dizer: A paz vos dou.

E os dons espirituais aflorar-se-ão em todas as criaturas, como resposta de Deus pelos esforços individuais no exercício da caridade, em se alcançando o amor.

 

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