FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME VIII

 

Questão 402 comentada

CAPÍTULO 45

0402/LE

LIBERDADE AMPLIADA

 

O Espírito, durante o sono, tem mais liberdade, e bem mais do que se pensa. E fica mais livre, preso somente pelo “cordão de prata”, muito conhecido dos espiritualistas. Esse cordão é que liga o perispírito aos mais arrojados centros de força, e desses partem fios de luz que se prendem aos centros de energias menores.

A alma se encontra perfeitamente presa, como um encarnado que deseja se libertar dos liames da carne, O que segura o Espírito ao corpo físico é o medo da morte, que lhe vem dos compromissos assumidos e que se faz presente pelo instinto de conservação.

Em um futuro breve, os dons irão aumentar, as faculdades espirituais vão desenvolvendo de modo que as chamadas viagens astrais serão comuns entre os homens. Então a constatação da vida espiritual será uma realidade para os que ainda duvidam dessa verdade. A Doutrina dos Espíritos, vivência e revivescência da luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, abrirá a escola para a educação dos seus profitentes nesse sentido, de se fazer viagens astrais conscientes. Eis aí a porta da felicidade, como existe em mundos elevados, onde não há discussão sobre a pré-existência da alma, a lei da reencarnação e comunicação dos Espíritos, pois cada criatura tem a sua própria comprovação.

Alguns Espíritos encarnados na Terra estão quase a debutar nesse exercício espiritual, com a assistência dos benfeitores espirituais, que lhes vão servir de guias para essa nova jornada de vida, de vida cheia de esperança. Na verdade, dizemos que a iniciação deste trabalho vem, desde que existe na Terra, pelas portas do sono. O sono é um desdobramento inconsciente, que deixa leves lembranças do ocorrido. Esse mesmo sono evolui, de sorte a chegar à viagem astral consciente.

Quanto maior a liberdade do Espírito, mais as possibilidades vão aumentando. Ë a força do progresso que levará a alma para posições elevadas, onde ela busca os princípios da felicidade. Compete a cada criatura de Deus o esforço em todos os sentidos, no estudo sério, no trabalho da caridade honesta; e exercitando o amor dentro da sua grandeza sem limites.

O espírita já consciente dessas verdades encontrará mais facilidade para o seu auto-aperfeiçoamento espiritual, ocupando-se somente com a sua educação e fornecendo, aos outros, materiais de meditação para o despertamento das suas faculdades. Cada um deve construir seu próprio céu, sem que o egoísmo invada seu coração e o orgulho se manifeste na sua vida. Se nos agrada sobremaneira a liberdade, devemos sentir alegria nos deveres que acompanham a libertação espiritual.

Os sonhos certamente que são início de muitos segredos da vida espiritual. Sonhar é dar notícias de algo que existe no mundo dos Espíritos. Se em muitos casos os sonhos são produto de pensamentos acumulados, eles desacumulam quando o Espírito se encontra fora do corpo. São fenômenos que devem ser estudados com mais empenho, para encontrarmos a verdade. A Terra já está chegando a certa maturidade; convém a todos se preocuparem mais intensamente com a vida espiritual, pois terão as bênçãos do futuro. Encontra-se na resposta da pergunta quatrocentos e dois de “O Livro dos Espíritos”, um trecho que nos diz o seguinte: “Em suma, dentro em pouco vereis vulgarizar-se outra espécie de sonhos, conquanto tão antiga como a de que vimos falando, vós a desconheceis”. Vamos meditar sobre isso para chegar à conclusão sobre a viagem astral consciente, de cuja capacidade eram dotados os grandes santos e místicos, sábios e profetas. O Espírito mais livre tem maiores possibilidades de ser um viajante consciente no imensurável campo da espiritualidade.

 

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