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O ESPÍRITO ENCARNADO
O Espírito encarnado é como se fosse um encarcerado: está preso na carne
por laços fluídicos que o fazem prisioneiro por determinado tempo. Ele
aspira constantemente à liberdade, no entanto, a sua consciência lhe avisa
que ele tem um dever a cumprir, que abandonar o corpo antes do tempo
poderá ser bem pior.
O medo de morrer, que quase todo mundo tem, vem das pequenas lembranças
dos compromissos assumidos no mundo espiritual. Não fora isso, e seria
muito grande o número de suicídios por pequenos aborrecimentos. Os poucos
casos que acontecem são por falta do entendimento bastante para certa
análise. Não é tirando a própria vida que acontece a libertação. Isso só
piora a situação espiritual de quem o faz. O Espiritismo nos esclarece
acerca da vida, nos informando as leis que regem o universo, contando-nos
casos verídicos de quem tirou a própria vida física e dobrou seus
padecimentos, tendo de voltar à carne com cargas mais pesadas do que
antes.
Se o encarcerado preocupa todos os dias com a sua liberdade, a alma que
toma um corpo tem mais preocupação em se libertar, porque se encontra mais
presa que o condenado no cárcere. No entanto, isso depende de quem se
encontra na cadeia e no corpo físico; se é um Espírito mais elevado, ele
suporta as suas provações com paciência e resgata suas dívidas com mais ou
menos bom ânimo.
A reencarnação é, como já falamos em muitas mensagens, um processo criado
por Deus para o nosso despertamento espiritual, cujos meios não podemos
discutir por ter sido o Senhor de todos os mundos quem a planejou para o
bem de todas as criaturas.
Existem vários tipos de cárcere, e a dor é um deles, e dos mais pesados.
Se perguntarmos a um sofredor se ele quer ficar livre dos seus
padecimentos, dos seus infortúnios, certamente que a resposta será
afirmativa. Assim é a dor da carne, que segura a alma por muitos anos,
como sendo lição valiosa, no sentido da libertação espiritual. Quanto mais
grosseiro é o corpo, mais depressa a alma deseja voar para a sua
liberdade. Quando o fardo é pesado e o jugo sofrível, o carregador deseja
largá-lo, entrementes, os guias espirituais sempre estão ativos,
aconselhando os encarcerados na carne para suportarem com paciência até ao
fim, para serem salvos do passado, e sentirem no coração a esperança do
futuro.
É preciso que aqueles que se encontram na carne façam mais força para
ficar o mais que puderem nela. As lições são duras, mas compensadoras, e a
repetição desta oportunidade é bem mais difícil para o coração ansioso de
luz. O Espírito encarcerado pode permanecer de bom grado na carne. Se tem
evolução espiritual, ele faz esforço todos os dias na caridade verdadeira,
de modo que ela lhe dá forças novas em todos os rumos do entendimento; ele
usa, na hora de esmorecimento, a oração e a vigilância. E Jesus não o
deixa sozinho no caminho das provas.
Em comparação com o Espírito livre, a reencarnação se compara com o sono
da alma, mas depende muito do estado de despertamento da mesma. Existem
irmãos no plano espiritual, livres do corpo de carne, em piores situações
que os próprios encarnados, mesmo os mais endurecidos. Isso depende muito
de cada criatura. A Doutrina Espírita nos mostra os caminhos mais
acertados para ganharmos a paz de consciência.
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