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AS PORTAS DO PASSADO
Temos em nós todas as portas do passado, e as chaves que abrem essas
entradas se encontram nos segredos da evolução espiritual. Elas são
capazes de nos mostrar as vidas que tivemos, que denominamos de
reencarnações. Nos mundos mais atrasados que a Terra, são difíceis as
lembranças, por não trazerem lições benfeitoras para as criaturas neles
estagiadas, ao passo que, em mundos superiores, essas lembranças são
freqüentes, impulsionando os Espíritos para saldar seus deslizes do
pretérito.
A evolução fala alto neste esquema de recordação do passado; o Espírito
envolvido em paixões inferiores sente-se mal ao recordar vidas que ficaram
no esquecimento e que vêm à tona por processos sutis, de maneira que fala
no silêncio sem ofender o devedor e cobra de quem deve com educação, por
vezes levando o devedor a todos os sacrifícios para saldar sua conta.
As portas do passado são muitas, quase podemos dizer, incontáveis. Elas
vão se abrindo de acordo com o nosso despertamento espiritual, e aí
encontramos a nós mesmos, achando registrado o que fizemos em épocas
recuadas, mas é preciso preparo pára a devida leitura. As portas vão se
abrindo passo a passo, mostrando-nos a verdade que pode nos tornar livres.
As lembranças, para os Espíritos elevados, são mais nítidas, e sempre
correspondem à realidade.
Certos espiritualistas conhecem a reencarnação e a sua utilidade em favor
da evolução da alma, entretanto, desconhecem os seus pormenores no campo
da ciência. A Doutrina Espírita descreve com desembaraço o que ocorre com
o reencamante em todos os seus aspectos, de maneira que, conhecendo essa
verdade, certificamos mais das belezas da vida imortal.
Com relação à mediunidade, ela não consiste somente em o Espírito se
comunicar com o médium; o Espiritismo faculta ao leitor os meios de
conhecer como se dá a comunicação entre os dois mundos. A faculdade
mediúnica tem enriquecido, e muito, a literatura espiritualista no mundo,
com dissertações valiosas no conhecimento dos arcanos da vida. O passado
do homem na Terra ainda se encontra escondido, faltando a este o preparo
para saber com paciência, sem alterar sua vida.
No futuro, as lembranças do passado vão ser mais claras, como se
recordássemos o que se passou ontem conosco, dependendo da nossa vontade.
Mas, por agora, é bom que fique mesmo no esquecimento, vibrando somente
nas fibras mais sutis, no sentido de entendermos com suavidade, dentro das
nossas convicções. Para que tenhamos êxito, procuremos Jesus e amemos a
Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, que o resto
virá por acréscimo de misericórdia. Não tenhamos medo de fazer o bem;
procuremos aliviar o nosso fardo pelos processos do amor, e o nosso jugo
pelos processos da caridade. Jesus é a própria caridade, a nos induzir
para todos os lados onde a felicidade se nos apresenta como tal.
À medida que o corpo se torna mais fluídico, as lembranças são mais
visíveis para a consciência em oração. O Cristo não Se esquece de Suas
ovelhas a caminho, e está sempre junto a elas, ofertando-lhes água e
alimento espiritual para saciar todas as necessidades da alma. Lembrar é
sublime operação, e saber lembrar é divina ciência, quando se tem a
ciência de Deus na consciência, e Cristo no coração.
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