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VAGA RECORDAÇÃO
Há pessoas muito criativas e que podem, com os pensamentos, buscar a
irrealidade em muitas direções do saber, apresentando a ficção como real.
A realidade, no entanto, foge de ambientes previamente preparados, visando
ao engano. Não obstante, existem muitas recordações em que a intuição
aparece como em um sonho, dentro da leveza da sua própria vida, a trazer a
verdade ao Espírito, que sempre silencia, por ser um segredo que somente a
ele pertence, naquela fase.
As revelações espirituais são sutis, penetrando na alma com naturalidade.
Por enquanto, as grandes mediunidades se manifestam mais em pessoas
“incultas”, para que não desafiem as faculdades medianímicas com a sua
própria intelectualidade.
Há muitas criaturas que criam histórias, casos referentes a si mesmas e,
quase sempre, dizem que foram grandes personagens da história, e sentem-se
bem em viver dentro da sua criação, mesmo sabendo que não é a verdade. Com
o tempo, ela deixa de acreditar nela mesma, desconfiando de suas
“descobertas”. Isso é muito sério, principalmente para os espiritualistas
conhecedores de algumas leis espirituais. Convém a todos os Espíritos
silenciar sobre esse assunto de lembranças de vidas passadas. Basta saber
que a reencarnação é um fato, fazendo os devidos reparos para novas
investidas na carne, sem querer inquirir quem foi, mas preocupando-se com
o que será.
A Doutrina dos Espíritos nos traz a cada dia uma nova feição das
realidades, no sentido de que a criatura se eduque cada vez mais e se
instrua todos os dias sobre a verdade. Geralmente, quando ficamos sabendo
que fomos grande personagem no passado, nós o anunciamos com orgulho; se
nos é revelado que fomos um assassino, um marginal, um pária, nós nos
silenciamos por completo. Não nos interessa que os outros saibam dessa
época em que nos colocamos à margem dos ensinamentos de Jesus.
Mesmo que venham a nós as recordações do passado, mesmo que venham na
sutileza da consciência, mesmo que nos seja revelado por fontes seguras, o
melhor procedimento é o silêncio e o trabalho para o melhoramento das
nossas qualidades espirituais, porque somente reparando as arestas do
passado e os nossos impulsos inferiores, ascenderemos para a Luz de Deus.
As recordações mentirosas podem aparecer na nossa mente, às vezes por ação
dos nossos inimigos espirituais. Eles brincam com os nossos sentimentos,
por estarmos na sua faixa de vibrações. Se aceitamos a mentira, é porque
ela existe dentro de nós, vestida por roupagens que às vezes
desconhecemos. Ao recordarmos alguma coisa do passado, analisemos o que
estamos recordando, pondo à prova no laboratório íntimo, deixando
fermentar por muito tempo; depois, esqueçamos e trabalhemos no bem comum.
Vejamos, então, durante nossos esforços na caridade, se surge algum dos
pensamentos contrários à luz.
O bem que pretendemos fazer ou que estamos fazendo, não deve ser
anunciado; o melhor anúncio é a sua prática. A caridade não precisa de ser
mostrada. Ela é a luz, e mesmo que se queira escondê-la, a própria
natureza a colocará em cima da mesa, para que todos a vejam. Se for
exposta pelas nossas mãos, ela desvaloriza sua grandeza espiritual.
Tenhamos muito cuidado com as vagas e próprias recordações sobre as nossas
vidas passadas, principalmente quando se refere a grandes personagens. O
melhor mesmo é acender a luz na intimidade do coração, pelos fios da
caridade e a chama do amor.
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