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RESPONSABILIDADE
O Espírito, ao reencarnar, esquece o passado por benção de Deus. Traria
grande confusão para a alma a lembrança, quando na carne, das suas
inúmeras existências de tempos idos. O Espírito esquece para que possa, na
nova existência, criar condições de restabelecer suas forças espirituais.
No entanto, a consciência profunda lhe vai avisando, por intuição, de tudo
que passou nos variados caminhos percorridos. São recordações suaves, mas
certas, no sentido de que a alma não perca o posicionamento de sua
conduta. Isso acontece, mesmo a quem segue religiões que negam a
reencarnação, pois a lei de Deus é universal.
Mesmo que se encontre negando a existência de Deus, Ele, o Magnânimo
Senhor, não deixa de amparar Seu filho. Todos temos intuições acerca de
todas as leis espirituais. O mundo consciente é pequeno demais para
acumular tantas recordações do passado, mas esse se faz presente quando
necessário. A vontade de Deus é sempre feita em toda a Sua casa.
As lembranças assomam a nossa mente constantemente, em variadas formas,
dando-nos segurança do que passamos. Quantas vezes podemos observar irmãos
que se dizem materialistas, estendidos em uma cama, sofrendo grandes
provações pacientemente, sem blasfemar, sem reclamar, recebendo as lições
da dor com proveito? Isso é prova da consciência, do que está registrado
no passado. É a intuição dele escrevendo no seu livro interno as verdades
espirituais. Muitos outros, mesmo no leito de dor, começam a reconhecer a
continuação da vida e a existência de Deus.
A justiça não nos deixa de responder por aquilo que fizemos. Pela vida que
se leva na Terra, tem-se uma vaga lembrança do que se foi no passado;
pelos sentimentos do presente, advinha-se o que foi feito das
oportunidades a si oferecidas. Nessas meditações, pode-se avaliar os
reparos que devem se feitos no presente, os quais não devem retardar, por
ser chamado da espiritualidade maior, pelos canais da consciência em
Cristo. Esperar mais é permitir o atraso da felicidade em nossa vida.
Todos conhecem o bem e o mal. Antes mesmo de usar o primeiro corpo, na
Terra ou em outros mundos, o Espírito é adestrado teoricamente em todas as
leis para, depois, como encarnado, passar a viver; por tudo o que
passamos, somos os responsáveis, e são processos de evolução o
despertamento para a alma. Não há lições sem proveito.
Certamente que não haveria mérito algum se nos lembrássemos de todos os
feitos do passado, de todas as causas que nos colocaram no estado em que
nos encontramos atualmente, ou, então, se tivéssemos à nossa disposição um
guia espiritual que nos dissesse: “– Faça isso ou aquilo,” e nos impedisse
de usar certa liberdade que temos. Os guias espirituais existem e
influenciam na nossa vida mais do que pensamos, mas eles não tolhem a
liberdade do aprendiz; cercam-no de todos os cuidados possíveis, mas
deixando a ele o que ele mesmo deve fazer em seu próprio benefício. Alguém
pode até trazer um copo de água até nossa boca, mas nós é que temos que
bebê-la; podem nos dar a comida, mas nós é que temos que mastigá-la e
engolí-la. Certas decisões seguem a mesma ordem acima referida; é nosso
campo de conquista individual.
Somos cercados de toda assistência, em tudo que o Senhor achou conveniente
nos amparar, no entanto, a nossa parte, essa nós temos de fazê-la. Não
temos quando na carne, lembranças exatas do que fomos do passado, mas, no
silêncio vibracional, elas estão presentes a nos dizer o que fizemos.
Mesmo que não queiramos ouví-las, essas lembranças nos invadem e nos falam
de maneira que todos nós entendemos, reconhecendo a verdade. Todos somos
responsáveis, pelo que fizemos, e pelo que devemos fazer de agora em
diante. Vejamos o que deve ser feito daí para frente.
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