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A ANTIPATIA É INFERIORIDADE?
A antipatia é sinal de inferioridade, e os Espíritos puros não a têm de
modo algum, por respeitarem os direitos alheios. Cada qual tem direito de
pensar como queira. Não se é necessariamente Espírito mau só por pensar
diferente dos outros. No entanto, existem antipatias geradas no ódio. Isso
depende muito das almas que alimentam e sentem esse antagonismo.
Estamos todos de partida para a libertação espiritual, pelo conhecimento
da verdade. Quando alcançarmos a evolução real, tudo de mal se desfará,
tudo de antipatia acabará, tudo de tristeza deixará de existir, todo mal
cederá lugar para o bem eterno, dentro da eternidade de Deus. Os caminhos
do progresso espiritual são diversos, porém, quem trilha por um, não
desdenha o outro, por conhecer que o Senhor fez todos os caminhos com
ardor e que todos eles nos levam à felicidade.
A antipatia entre dois Espíritos pode derivar no modo de pensar, donde se
segue que esses Espíritos não se afinam nos mesmos ideais de trabalho,
sendo que todos eles os levam à paz e ao entendimento. A maldade se
encontra na inferioridade da alma, aquela que não pode livrar-se do
orgulho e do egoísmo. Isso é mais questão de tempo.
A maturidade do Espírito irá levá-lo ao conhecimento da verdade. Há
momentos que requerem mais vigilância da nossa parte. Por vezes, sentimos
antipatia até do olhar de certas criaturas, da sua palavra e mesmo dos
seus gestos. Nessas horas, devemos buscar a oração assegurada na
vigilância, certificando-nos de que a vontade possa desfazer esse
magnetismo que, se descuidado, toma um caráter inferior, fazendo surgir a
inimizade no clima da nossa vida.
Aos espíritas, aconselhamos evitarem as discussões. Elas, de modo geral,
geram antipatia e até mesmo o ódio. Não impor idéias é processo de luz;
quando solicitados exporem suas convicções, que vigiem sempre o verbo,
para que ele não fira nem violente os direitos dos outros.
As naturezas são diversas nas criaturas; as escalas de progresso são
inúmeras nos Espíritos, e cada um tem direitos onde permanece e deveres a
cumprir. Nem o próprio Jesus quis julgar a mulher adúltera, por saber o
Senhor que ela estava em um grau de evolução em que o erro a dominava,
como lição para o futuro. Sempre os julgadores se esquecem do seu próprio
tribunal, em ação dentro de si mesmo. Para ser um professor para os
outros, para ensiná-los constantemente, existe somente um meio de fazê-lo,
sem contrariar as leis que regulam a vida: pelo exemplo.
Quem vivencia a mensagem do amor nunca cria antipatia nos corações que o
observam. Tudo é escrito nos corações em silêncio, da forma que a natureza
sabe fazer, e ela é mesmo hábil nessa operação.
Se existe, entre nós e outrem, diversidade no modo de pensar, não nos
irritemos com esse fenômeno comum dentre as criaturas; passemos adiante e
busquemos o que serve para nosso entendimento, que Jesus nos abençoará os
esforços.
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