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SIMPATIA
A simpatia entre dois seres é força poderosa que se enraíza em vidas
passadas. Certamente que nem todos reconhecem seus parceiros de outras
existências, no entanto, há criaturas mais dotadas de sensibilidades que
percebem amigos e inimigos de épocas recuadas. Se juntos foram felizes,
dá-lhes um grande prazer esse reencontro; quando infelizes, gera-se logo
antipatia entre os dois.
A perda de conhecimento às vezes é um aparo para os dois em processo de
novas atividades, sem o qual não poderiam crescer, voltando ao ponto
anterior, fomentando suas paixões descabidas e, às vezes, perturbando
famílias já constituídas. O reconhecimento pleno dos seres que antes
viveram juntos entravaria o progresso. Se fosse conveniente, eles
voltariam juntos; no entanto, não poderemos generalizar. Quando Deus acha
bom, coloca os dois em caminho para que se encontrem, desde quando os
frutos desse encontro sejam bons, não como pensamos, mas como o Senhor
acha melhor. A Doutrina dos Espíritos é fonte de amor. Ela nos ensina a
fazer simpatias enobrecidas no Evangelho de Jesus, e é capaz de nos
mostrar o amor nas bases da fraternidade pura, de modo a libertar as
criaturas das induções inferiores. A simpatia entre dois seres é tão
agradável, e é um estimulo para o seu adiantamento, quando eles descobrem
no reencontro a razão de viver para Cristo.
O ideal de Deus para os homens é melhorar e subir, conhecendo a verdade.
Se fomos feitos simples e ignorantes, isso não quer dizer que não tenhamos
a semente da perfeição na nossa intimidade; ela existe dormindo em nós,
para ser despertada com o tempo e o nosso esforço, agindo sob as bênçãos
de Deus, que usa o canal divino das mãos de Jesus Cristo.
Cultivemos a simpatia onde quer que formos; desfaçamos todas as
inimizades, por onde passarmos. Nessa transformação de paixões para a vida
de amor é que a felicidade aparece no fundo da consciência. Mais tarde, o
ódio, a inveja, o ciúme e o egoísmo, como também o orgulho, deverão
desaparecer das cogitações humanas. A geração do porvir chegará à Terra já
predisposta a esse esquecimento do mal, para edificar o bem com Jesus.
Quando dois seres se sentirem atraídos um para o outro, devem meditar
nessa atração, e cuidar para que esse encontro seja realmente para o bem
dos seus destinos. Assim também, ao encontramos alguém que nos instile o
ódio, não percamos a oportunidade de fazer-lhe o bem que pudermos, pois
essa antipatia é sinal de inimizade no passado. Toda incompatibilidade
deve aparecer dos caminhos dos Espíritos, encarnados ou fora da carne.
Depois desse trabalho de perdão, devemos abrir os corações para que sejam
invadidos pela força da fraternidade, que nos fará irmãos ante a presença
de Deus, na figura de Jesus.
O reconhecimento total das simpatias e das antipatias somente se dá quando
se encontrarem novamente no mundo espiritual. Sentirão, ali, a felicidade,
se souberam educar seus sentimentos e perdoar as ofensas. Qualquer esforço
nesse sentido é louvável, porque mãos espirituais se encontram em torno de
todas as criaturas, ajudando-as a melhorar.
Não devemos esquecer de amar a Deus sobre todas as coisas, mas também ao
próximo como a nós mesmos. Diz Jesus que aí esta a lei os profetas.
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