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O PENSAMENTO DA CRIANÇA
O raciocínio nos diz que o Espírito envolvido em um corpo de criança não
pode pensar qual o adulto. Os órgãos não oferecem campo de ação para sua
manifestação mais livre. As suas faculdades são tolhidas pelos órgãos em
desenvolvimento e somente com o tempo eles vão se afirmando, de modo que
os canais de comunicações estejam sem impedimentos para as mensagens que o
Espírito veio trazer ao mundo. É qual a massa em fermentação.
O cérebro da criança não oferece mais do que as próprias criancinhas, no
entanto, como em todos os casos, existe exceção, e de vez em quando
aparecem crianças-prodígios que, com pouca idade, já operam como adultos e
até como sábios. Existem crianças médiuns, que transmitem para os homens
as idéias dos benfeitores que controlam suas faculdades em serviço do
fenômeno, de modo que a ciência possa estudar os fatos.
É a mesma coisa que perguntar porque uma árvore, antes do seu crescimento
adequado à profusão de frutos, não dá antes esses frutos, ou porque um
animal de poucos meses não faz o trabalho de um animal adulto. Tudo há de
se esperar certo tempo para que surja a maturidade. Antes que asse o pão,
é preciso que fermente a massa, descansando os ingredientes. A lei é a
mesma em toda a criação. A criança, enquanto na formação do seu corpo,
descansa por um grande período, para depois manifestar seus pendores,
cumprindo a sua missão na Terra.
Como já foi dito, essa criança pode, em muitos casos, ser muito mais
elevada de que muitos adultos, porém, o seu instrumento de manifestação da
inteligência ainda se encontra em preparo pelas mãos do tempo e com as
bênçãos de Deus. A responsabilidade dos pais, dos professores e governo é
muita, porque os canais de comunicação que levam a criança à verdade, como
estímulos, pode gravar nas telas da sua consciência o que se fala, o que
se escreve e o que se vive, com responsabilidade do que fala, escreve e
vive. O Espírito no estado infantil não pensa qual adulto, mas tem o poder
de registrar tal qual esse, ou, ainda melhor, de acordo com as suas
sensibilidades espirituais.
Nossa responsabilidade diante das crianças que cruzam os nossos caminho é
imensa e não podemos desdenhar os compromissos mediante as necessidades
dos pequeninos em corpos, que, às vezes, são grandes em Espírito.
Quando o tempo está nublado, isso impede que a luz do sol chegue à Terra
na sua pureza; entretanto, tão logo desaparecem as brumas, o sol volta a
brilhar.
A criança pode não raciocinar igual aos adultos, não falar qual esses,
porem ela tem poderes, de forma a plasmar tudo com mais nitidez que os
próprios homens amadurecidos. A criança não é libertada da confusão de uma
vez; isso acontece gradativamente, pois a lei nos ensina que a natureza
não é violenta. A sua marcha se move na ponderação, para dar mais
segurança aos dons espirituais.
A criança, certamente, é o homem de amanhã, se esperarmos com paciência o
seu crescimento. Eis porque devemos investir com os nossos recursos na
infância, se queremos um mundo melhor.
Vejamos o que disse o Senhor: -“Vinde a mim as criancinhas”. Se
trabalhamos com amor para as crianças de hoje, receberemos o mesmo, porque
no amanhã seremos certamente crianças outra vez. Tudo que semeamos,
colhemos.
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