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A INFÂNCIA
A infância não é sinônimo de primitivismo; o Espírito não se manifesta com
mais desembaraço devido as funções orgânicas não se encontrarem
funcionando em plenitude. Os órgãos estão se formando como verdadeiros
instrumentos para a alma que ali já se encontra presa por laços
espirituais e o Espírito é tolhido pelo ambiente e pelo campo de carne em
reajuste.
Em tudo temos de esperar; essa é a lei. No caso da criança esperemos que
ela cresça, dando ao Espírito condições de se manifestar mais livremente.
Essa liberdade começa aos sete anos, expande-se aos quatorze e
consolida-se aos vinte e um. Aí o homem está em condições de responder por
ele mesmo, com todos os encantos e desencantos que trouxe consigo.
Quanto à evolução da criança, ela pode até ser mais evoluída do que o
adulto, como, igualmente, pode ser bem mais atrasada do que os próprios
pais com quem se encontra estagiando como filho, dependendo do grau a que
pertence. Não importa o tamanho ou a idade; ali se encontra um Espírito
evoluído ou atrasado.
O dever dos pais, do mestre e das autoridades constituídas é investir nas
crianças de todas as idades, primeiramente na educação das mesmas e depois
nas instruções desses pequeninos que muito prometem para o porvir. A
infância apresenta grande sensibilidade, de modo a receber as impressões
dos homens e do mundo, de todos os sistemas de comunicações com mais
intensidade. Eles, de certo modo, vão ser no futuro de acordo com o que
lhes for oferecido pela sociedade.
Os seus órgãos ainda imperfeitos impede-os de manifestar o que realmente
são e que manifestarão quando adultos. Nesse intervalo de descanso, é bom
que chegue aos seus sentidos toda a mensagem de segurança e educação, para
que o saber na sua maturidade não os desvie do sentimento de amor.
A criança pode ser muito mais evoluída do que o adulto se mais progrediu.
Podemos levar Jesus na sua infância. Ele passou pela fase, e é o
governador do planeta.
Os futuros dirigentes das nações são as crianças de hoje. Se queremos as
nações ordeiras, necessário se faz que cuidemos bem das crianças que nos
cercam. Elas, certamente, nascem destinadas ao trabalho de direção pelos
quais se empenharão nesta espinhosa missão, mas, precisam encontrar nos
lares o ambiente nascido do amor, do perdão e da tolerância que
corresponda às suas necessidades mais urgentes.
O maior investimento para as crianças dos nossos caminhos é o exemplo de
vida reta para eles. O exemplo é o alimento para que os que andam conosco
e, quando usarmos a boda para alguma instrução, é bom que antes do verbo
venha a vivência.
Quem fala e não vive desconhece na sua estrutura mais íntima o amor. O
sopro do vento é muito agradável, mas somente renova o ar quando não traz
consigo a poluição. A água mata a sede, mas somente quando não conduz
elementos corrosivos.
Disse o Cristo a Paulo: -“Fala e não te cales”, por ser a palavra de Paulo
um sopro divino e um repasto harmonioso para as criaturas. Façamos com o
nosso verbo o mesmo que fizeram os discípulos de Jesus, transformando-o em
força de esperança e fonte eterna do amor.
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