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LOUCURA E SUICÍDIO
Em alguns casos a loucura realmente leva a criatura ao suicídio. Deve se
ter em conta os caminhos tomados por ela no passado; se usou suas
faculdades para o incentivo à loucura dos outros, certamente que as
reações do que fez dos seus dons refletirá em seu caminho e aí vem a
vestir novo corpo deficiente, acabando por tirar a sua própria vida
física. É o tribunal da consciência em chamas que pede reparos e a alma,
na aflição, pensa que, em se matando, estará livre das distorções que fez
nos caminhos alheios.
O caso de Judas Iscariotes foi um deles: as moedas queimaram-lhe as mãos e
ele achou que encontraria no suicídio a paz que deveria buscar,
acompanhando o Mestre, mas, o tempo fê-lo reparar seu desrespeito à vida
em muitas reencarnações, e hoje se encontra na serenidade de Deus,
trabalhando em favor da humanidade, para que essa compreenda o valor dos
gestos do Cristo, da palavra e do mesmo silêncio do Divino Senhor.
A cabeça de um louco é um mundo de deduções constantes, e ele tem momentos
de reflexões sadias, dentro das quais mistura o passado com o presente e
busca, por vezes, o futuro. Nessa desordem mental ele se sente
constrangido e faz todos os esforços, na sua limitação, para sair da
opressão, e às vezes tomam caminhos que pioram a situação.
Ainda existem os que expõem sua loucura com a aparência de serenidade, e
desculpas de que estão defendendo a pátria, a terra que lhes serviu de
berço, etc.. A idéia de defesa transforma-se em orgulho e egoísmo,
estragando vidas e destruindo possibilidades de os outros crescerem e se
amarem. Despeja-se o inflamável do ódio, e risca-se o fósforo da
violência. Esses são os maiores loucos da história, os fazedores de
guerras. E quando o tempo começa a educá-los, eles mudam de estratégia,
passam a fazer guerra fria, oprimindo os mais fracos, invadindo países e
saqueando-lhes os celeiros. É nesse ponto que o Evangelho lhes pergunta:
“Para que ajuntar tanto, se amanhã o Senhor lhe pedirá a alma?”. Esse
procedimento de grande parte da humanidade é um suicídio lento. Esquecendo
o mandamento da lei, não matarás, eles matam tudo com instrumentos de
guerra cada vez mais melhorados e renovados, verdadeiros engenhos de
destruição. Mas a natureza vai começar a responder e quem fez ou cooperou
para a explosão das guerras irá responder por suas desordens. Eis aí o
“choro e ranger de dentes”.
O suicídio no mundo tomou proporções indescritíveis; é a resposta dos
pensamentos criados pelos próprios suicidas do passado. A opressão das
sementes do mal laçadas por eles é tanta que eles não suportam a opressão
da força que emitiram para destruição, e elas voltaram para arruinar os
destruidores. Ninguém engana a lei de justiça, porque Deus é amor. O
Espírito passa a sofrer o constrangimento do modo que constrangeu aos
outros, e somente paga o que deve na pauta da vida. Quem não plantou, como
pode colher?
A Doutrina dos Espíritos é Jesus voltando para toda a humanidade, por
misericórdia de Deus, desdobrando esforços, de sorte a ensinar novamente
aos povos o que é amar, e como se deve comportar para viver feliz.
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