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A LOUCURA
O pensamento tem uma grande função no Espírito, a de despertar, nas
entranhas da alma, as qualidades espirituais em forma de talentos de luz,
onde Deus depositou todo Seu amor.
O pensamento, em seus fundamentos, vem de Deus como força divina, de modo
que o ser humano, ou mesmo o Espírito livre, plasme nele o que ele,
Espírito, é, na conjuntura que a escala a qual atingiu oferece. Torna-se
semente, de forma que somos responsáveis pelo que semeamos.
A loucura é uma distorção da força mental em uma ou várias reencarnações.
Ela não tem o poder de desequilibrar o Espírito, que é todo harmonia, por
ter saído da harmonia superior, mas, causa-lhe impressões, como que
condicionamento das idéias que o próprio Espírito formula. As idéias são
filhas de quem as faz, só que não têm o poder de desarmonizar as fibras
mais intimas da alma. São como sugestões que levam ao desequilíbrio alguns
corpos que servem ao Espírito como veste, e formam um clima de perturbação
onde vive a alma.
Estamos tentando dizer que a obra de Deus é perfeita; a razão pura nos diz
que de mãos perfeitas não pode nascer imperfeição. O Espírito foi criado
simples e ignorante, porém, com todos os recursos de se tornar um pequeno
sol diante da criação; é neste sentido que quase sempre trocamos a palavra
evolução por despertamento dos dons da alma. O Espírito ao receber um
corpo, se esse traz alguma deficiência, sofre o empecilho, de modo que
suas faculdades sejam reduzidas ou mesmo paralisadas. Ele não perde os
seus dons, que são imperturbáveis na sua moradia de origem.
Se uma pessoa perde a vista, o dom de enxergar fica suspenso enquanto os
olhos não lhes dêem esses meios livres de observar o ambiente material;
assim acontece com os ouvidos, a palavra, etc.. A loucura é um estado
patológico deficiente; o cérebro em decadência não pode dar ao Espírito
condições normais de expressar com serenidade a sua inteligência , no
entanto, nos diz “O Livro dos Espíritos”que, em muitos casos, o Espírito
livre mantém-se louco por causa da seqüência de idéias desorganizadas que
repetiu durante a existência toda. É pois, o condicionamento de
pensamentos inferiores, da violência, que criaram ambiente no Espírito
sem, violentar, definitivamente, a sua intimidade.
Também pode o Espírito reencarnar e dar continuidade à sua loucura que,
nesse caso, será puramente psicológica, visto que o cérebro físico mostra
a deficiência. São casos registrados pela própria ciência e em alguns
livros espíritas.
Em todas as manifestações dessas doenças o desorganizado é sempre o corpo,
mas, é bom que se compreenda que esse corpo tem certa influência na mente
viva da alma, impressionando-a a ponto de mostrar enfermidades
imaginárias. Essas são de fácil cura, principalmente pela Doutrina dos
Espíritos, que fornece meios de limpeza dessas idéias chamadas fixas, em
profunda sintonia com o Criador delas. O passe e a água fluidificada, as
leituras elevadas, e mesmo a conversação com irmãos de elevada postura
espiritual, são meios de tratamentos de todas as enfermidades.
De qualquer maneira, a loucura é uma provação dolorosa, entrementes,
ninguém foi criado louco. Isso são conseqüências de caminhos agitados
tomados pela alma na sua ignorância, com menosprezo pelas leis de Deus.
Sofremos por ignorar, e sofremos mais por conhecermos os caminhos da Luz e
escolhemos os das trevas. De qualquer modo, somos mais ou menos
conscientes da vontade de Deus em nós. Todas as consciências são celeiros
de luz dentro das almas.
Quando o Espírito se libertar de todas as impressões materiais, de todas
as paixões da Terra, ele estará se aproximando da verdade; passando a
vivê-la, tornar-se-á livre.
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