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O LIVRE EXERCÍCIO
O livre exercício das faculdades da alma depende, de certo modo, da
evolução dos órgãos, pois eles são o instrumento desse exercício.
Todos nós, encarnados e desencarnados, temos uma consciência instintiva,
de modo a comandar todos os corpos, em se falando dos seus departamentos
de vida, porém, é a mente central a senhora de todo o complexo, que pode
dar ordens para serem executadas no adestramento de todos os órgãos. Isso
é divino e pode ser comprovado: basta dar ordens aos nossos órgãos e eles
obedecerão. Nesse exercício eles ganham mais amplitude de evolução nos
seus comportamentos, de sorte a oferecer ao Espírito melhores funções,
para que este manifeste com mais facilidade as suas faculdades.
A própria faculdade se apóia no físico. Certamente que é valor do
Espírito, mas, corre pelos canais fisiológicos, obedecendo a certas leis.
É o relacionamento entre os dois mundos. Tudo o que existe se comunica com
seu semelhante, dentro do padrão a que pertence. Nada existe isolado. As
linhas de entendimentos são diversas, na diversidade da inteligência.
Quando o Espírito da Verdade respondeu a Allan Kardec que o Espírito
intelectualiza a matéria, foi no sentido de que a matéria tem suas
possibilidades, bastando que seja movida pela inteligência espiritual.
Essa é uma verdade que se encontrava escondida nas obras do tempo e que o
espiritismo veio trazer à luz, colocá-la em cima do velador. A alma, para
se manifestar no mundo físico, certamente que precisa de instrumentos
compatíveis com tal empreendimento, e o instrumento, ou instrumentos, são
os órgãos que, quando estão em plena harmonia, proporcionam um desempenho
sem embaraços.
O Codificador do Espiritismo somente pôde fazer seu trabalho magistral
encontrando médiuns com grandes recursos mediúnicos, para corresponderem
às necessidades da época, e seus órgãos estavam livres como instrumento
para os Espíritos falarem aos homens, compondo-se, assim, os livros da
codificação. A continuação da Doutrina carece de outros medianeiros, para
que surjam novas revelações acerca da vida, para que os homens vejam o
Cristo onde Ele sempre está, como dirigente do planeta e como Caminho,
Verdade e Vida. Haveremos de passar por Ele para sentirmos a luz de Deus
em nossos corações.
É necessário um corpo bem adestrado, acostumado com vibrações elevadas,
para servir de instrumento aos benfeitores espirituais, bem como para a
manifestação dos próprios e, conseqüentemente dos valores conquistados. Se
há embaraço do corpo para o Espírito manifestar seus dons, ao mesmo tempo
isso é oportunidade para trabalhar pela evolução do mesmo. Lembremos da
fala de Paulo, o apostolo: “Em tudo dai graças”.
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