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UNIÃO COM O CORPO
Após a união com o corpo, o Espírito sente enfraquecidas suas faculdades
mais nobres, principalmente quando os órgãos não correspondem às suas
necessidades de exercitá-las no cômputo das suas obrigações.
Eis porque a variedade de dons é enorme. Os homens ignoram os valores que
possuem no coração, que devem ser despertados paulatinamente pela força do
tempo, em conjunção ao progresso. Cada corpo com o qual o Espírito se
reveste é certo entrave para a alma, mas, é nessas prisões necessárias que
ela desenvolve suas faculdades espirituais. As vestes dos Espíritos são
muitas e elas igualmente despertam seus valores, porque nada fica inerte
na criação de Deus. Tudo cresce para frente e para o alto.
É lógico que o Espírito livre do fardo físico se encontra mais
desembaraçado, de modo que sua inteligência expande com seus recursos
espirituais, e o corpo filtra esse impulso divino para que haja esforço
mais intenso no desabrochamento dos dons espirituais. O homem ainda é
ignorante acerca das funções dos variados corpos que o Espírito possui. O
“vós sois deuses” é motivo de esperança para todos nós. Estamos sempre
alcançando mais além, e com a certeza de alcançar mais , até o infinito.
O Espírito é comandante da organização fisiológica, quando encarnado, no
entanto, é submetido aos diversos impedimentos, como o homem dentro de um
escafandro no seio das águas, cheias de perigos e, por vezes, agitadas. É
como querer ter a mesma liberdade de correr na floresta como na campina.
O ar é leve e pode se movimentar nele com agilidade, mas, no lodaçal as
dificuldades são bem maiores.
Assim é o corpo de carne. Não podemos esquecer que, em raros casos, há
Espíritos que dominam mais as dificuldades da matéria e expressam com mais
liberdade o que são. O primeiro sinal é o seu esforço gigantesco no
sentido de libertar-se e o outro é a assistência dos Espíritos superiores,
usando as suas faculdades para tal desempenho.
A matéria é sempre um empecilho para a alma, mas, a essas dificuldades
somam muitas oportunidades para que o trabalhador avance lutando para
vencê-las. Não se pode esquecer os grandes vultos da humanidade; eles
usaram muitos meios para se libertarem da opressão da matéria a fim de
manifestarem, mesmo dentro dela, suas qualidades espirituais, servindo de
exemplos para que outros de menor expressão copiassem seus valores. É para
que devemos nos esforçar onde quer que estejamos: observar os valores
morais dos que os possuem, e os meios de adquiri-los, lutando para essa
libertação na conjuntura da nossa intimidade. O preço certamente é alto,
mas, devemos pagá-los sem reclamar: as rejeições que devem surgir nos
caminhos.
Desde quando se encontra reencarnado, o homem deve assumir o que vier ao
seu encontro, visto que tem em Deus a suprema justiça, e nada se encontra
fora do lugar. São lições para o seu próprio bem.
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