FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME VIII

 

Questão 360 comentada

CAPÍTULO 03

0360/LE

RESPEITO

 

A palavra respeito fala muito profundamente na alma daquele que deseja compreender os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Uma criança, ao nascer sem vida, mostra a vida obedecendo à lei divina, à lei da justiça. Os pais, no momento, sentem-se agredidos pelo destino, isso, porém, quando não compreendem a vontade do criador. Nada há de errado no turbilhão dos acontecimentos espirituais e mesmo na Terra. Tudo obedece à vontade de Deus.

Vejamos o que diz Paulo aos Tessalonicenses, na sua primeira carta, capítulo cinco, versículo dezoito:

Em tudo daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. Entra, pois, aí, o respeito para todos os acontecimentos, tirando deles o que move, a razão de ser do que ocorre na vida.

Se uma criança nasceu morta, se lhe escapuliu a vida antes de abrir os olhos ao mundo, existe um motivo; que seja secreto, mas existe, vibrando para que os estudiosos o descubram e aumentem sua admiração pelos desígnios do Criador. Devemos amar e respeitar tanto o feto cujo aborto tenha sido feito pela natureza, quanto o que teve alguns dias de vida; tanto aquele que chegou à mocidade, quanto o velho que está prestes a se despedir do mundo material. Enfim, todos os departamentos de vida que a natureza nos mostra em uma escala progressiva devem ser respeitados.

“O Livro dos Espíritos” se inspira na palavra de Paulo, respondendo a pergunta quinhentos e trinta e seis, sobre a ação dos Espíritos nos fenômenos da natureza:

“Tudo tem uma razão de ser, e nada acontece sem a permissão de Deus”.

Por que somente respeitar o Espírito? O respeito deverá ser extensivo a tudo o que existe, porque nada foi feito sem que Deus o haja abençoado. Se alguém nasceu para não viver fisicamente, dentro do padrão normal dos homens, está com essa atividade interceptada por motivo justo. A justiça vê sem os olhos dos homens, sente sem os sentimentos dos mesmos, e nunca erra o endereço dos culpados.

Procuremos meditar sobre o assunto que ora ventilamos nesta página, que o entendimento abrir-se-nos-á de modo a entender a vontade soberana, que palpita em todos os rumos, fora e dentro de nós.

Por que deixar de respeitar um ser vivente, apenas porque não vive no nosso reino, na faixa em que habitamos?

Verifiquemos a vida dos grandes santos e dos grandes sábios, e notaremos o amor que eles dispensavam a tudo e a todos. Um dos exemplos nobres foi o poverello de Assis, cujo amor passou por todas as escalas da Terra, amando até a luz e os astros com a mesma intensidade que o seu amor pôde alcançar. Justificando o que falamos, ele, depois do desligamento dos laços que o prendiam à matéria, voltou para demonstrar respeito, agradecendo ao corpo inerte, inerte a vista humana, mas cheio de vida aos olhos do Espírito iluminado.

Respeitemos a vida, que a vida nos devolverá em forma de gratidão pelo amor dispensado àquilo que o Senhor tocou com a Sua mão de luz.

 

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