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RESPEITO
A palavra respeito fala muito profundamente na alma daquele que deseja
compreender os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Uma criança, ao nascer sem vida, mostra a vida obedecendo à lei divina, à
lei da justiça. Os pais, no momento, sentem-se agredidos pelo destino,
isso, porém, quando não compreendem a vontade do criador. Nada há de
errado no turbilhão dos acontecimentos espirituais e mesmo na Terra. Tudo
obedece à vontade de Deus.
Vejamos o que diz Paulo aos Tessalonicenses, na sua primeira carta,
capítulo cinco, versículo dezoito:
Em tudo daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus
para convosco. Entra, pois, aí, o respeito para todos os
acontecimentos, tirando deles o que move, a razão de ser do que ocorre na
vida.
Se uma criança nasceu morta, se lhe escapuliu a vida antes de abrir os
olhos ao mundo, existe um motivo; que seja secreto, mas existe, vibrando
para que os estudiosos o descubram e aumentem sua admiração pelos
desígnios do Criador. Devemos amar e respeitar tanto o feto cujo aborto
tenha sido feito pela natureza, quanto o que teve alguns dias de vida;
tanto aquele que chegou à mocidade, quanto o velho que está prestes a se
despedir do mundo material. Enfim, todos os departamentos de vida que a
natureza nos mostra em uma escala progressiva devem ser respeitados.
“O Livro dos Espíritos” se inspira na palavra de Paulo, respondendo a
pergunta quinhentos e trinta e seis, sobre a ação dos Espíritos nos
fenômenos da natureza:
“Tudo tem uma razão de ser, e nada acontece sem a permissão de Deus”.
Por que somente respeitar o Espírito? O respeito deverá ser extensivo a
tudo o que existe, porque nada foi feito sem que Deus o haja abençoado. Se
alguém nasceu para não viver fisicamente, dentro do padrão normal dos
homens, está com essa atividade interceptada por motivo justo. A justiça
vê sem os olhos dos homens, sente sem os sentimentos dos mesmos, e nunca
erra o endereço dos culpados.
Procuremos meditar sobre o assunto que ora ventilamos nesta página, que o
entendimento abrir-se-nos-á de modo a entender a vontade soberana, que
palpita em todos os rumos, fora e dentro de nós.
Por que deixar de respeitar um ser vivente, apenas porque não vive no
nosso reino, na faixa em que habitamos?
Verifiquemos a vida dos grandes santos e dos grandes sábios, e notaremos o
amor que eles dispensavam a tudo e a todos. Um dos exemplos nobres foi o
poverello de Assis, cujo amor passou por todas as escalas da Terra, amando
até a luz e os astros com a mesma intensidade que o seu amor pôde
alcançar. Justificando o que falamos, ele, depois do desligamento dos
laços que o prendiam à matéria, voltou para demonstrar respeito,
agradecendo ao corpo inerte, inerte a vista humana, mas cheio de vida aos
olhos do Espírito iluminado.
Respeitemos a vida, que a vida nos devolverá em forma de gratidão pelo
amor dispensado àquilo que o Senhor tocou com a Sua mão de luz.
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