FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME VI

 

Questão 276 comentada

CAPÍTULO 21

0276/LE

OS GRANDES NA TERRA

 

Os grandes na Terra, que foram orgulhosos e invejosos, quando volvem à pátria espiritual, experimentam muita humilhação, mas da parte da sua consciência.

Verificam em Espírito que não vale a pena a ostentação, e que o melhor comportamento é o que foi vivido por Jesus e anunciado pelos Seus seguidores mais próximos ao Seu coração.

O Espírito, quando encarnado no plano físico, que ainda ostenta egoísmo, vaidade em demasia, e violência, que esquece a transitoriedade do seu mandato, que usa seus poderes temporais para perseguir e fomentar distúrbios na sociedade, somente visando ao seu bem-estar pessoal, logo que passa para o mundo da verdade, entra em depressão moral, e passa a sofrer as conseqüências dos seus atos. Eis o martírio maior: muitos desses Espíritos ficam ansiosos para voltarem à carne e repararem seus deslizes.

Ser grande no mundo é muito perigoso para quem não entende a oportunidade de servir, de reajustar seus próprios desequilíbrios do Passado. Ser pequeno, e também orgulhoso, é bem pior, por não haver motivo para o orgulho.

Para mostrar aos homens a necessidade de se posicionar com realismo na vida foi que surgiu há quase dois mil anos atrás o Evangelho ao vivo, uma estrela de primeira grandeza na Palestina, em forma de homem, anunciando a Boa Nova para os que tinham olhos para ver e ouvidos para ouvir. A sua voz mesclada de vibração humana e divina plasmou-se na estrutura sensível da própria matéria, a servir de testemunha para a humanidade do futuro. É o convite permanente para as criaturas entrarem na escola do aperfeiçoamento. E as ovelhas sempre esperam a voz do seu pastor.

De que serve ser grande, se a grandeza não é usada para a paz entre os homens? Que os grandes da Terra procurem conhecer quem foi o maior de todos, e copiando a Sua vida de luz, poderão com ela iluminar-se, clareando os caminhos dos outros e os ajudando a despertarem suas próprias forças.

O Espírito não ilude ninguém no plano da realidade; o que ele é, ele expressa para os benfeitores espirituais que o dirigem e sustentam nas lutas da Terra e mesmo do céu.

Consideramos a oportunidade de mando na Terra como uma bênção para quem sabe aproveitar essa posição, perigosa para os que a usam em proveito próprio, o qual semeia espinhos em seu próprio destino. Os líderes políticos devem observar muitas dessas advertências. O meio onde lidam é tentador e o clima para a corrupção é mais fácil do que para a honestidade. O interesse pelo ouro fica em destaque e a renúncia dentre esses homens que tanto respeitamos, exige muita força moral.

Esse é, pois, o desastre moral de difícil reparo. Muitos dos que conhecemos voltaram várias vezes com esses poderes temporais, com as mesmas facilidades. O dinheiro público queima mais nas mãos, como denários de Judas com os quais foi comprado o campo santo.

Imaginemos o vexame do Espírito que possui poderes no mundo e posição de mando quando, ao passar para o mundo espiritual, venha a reunir-se, por sintonia, por vezes, aos seus perseguidos, que se encontram nas mesmas faixas. Ele sofrerá a humilhação, o desdém e tantas outras coisas que não merecem ser repetidas, por tempo indeterminado.

Se estás na carne, nessa posição que Deus te concedeu por instantes, vê tuas obrigações com a coletividade. Se não fosse esse povo, não terias esse lugar para assentar-te e a posição que desfrutas. Que Jesus te abençoe, para que abras os olhos antes que seja tarde.

 

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