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ANGÚSTIAS MORAIS
Quando o Espírito diz que está sofrendo, os sofrimentos não são físicos;
são angústias morais, bem piores do que os padecimentos terrenos. É nesse
sentido que a Doutrina dos Espíritos vem trabalhando junto aos encarnados,
e por vezes com os fora da carne, evitando as angústias morais para o
futuro, que são piores.
A consciência registra, sem que a consciência ativa saiba, todos os atos
da alma, como que fotografando em todas as suas nuances, de modo que no
momento certo, essas forças negativas transbordam para a mente do
Espírito, entregando-o às conseqüências que são próprias do clima negativo
das ações inferiores. É o que se chama de remorso, ou regressão de
memória.
A sensibilidade do aparelho consciencial está muito acima de todos os
aparelhos da Terra, mesmo os mais aperfeiçoados. A consciência, além de
guardar as imagens dos feitos, registra os sons e tem a capacidade de dar
vida a todos os nossos feitos e, ainda muito mais, faz com que pensemos
naqueles fatos. As angústias morais torturam a alma qual um tribunal
íntimo devedor. Eis aí o dente por dente do velho texto dos judeus.
Jesus, sabendo que as consciências humanas estavam carregadas de
angústias, qual celeiro pestilento de acomodações inferiores, veio em
nosso socorro nos mostrar os caminhos da esperança, se nos dispusermos a
limpar as nossas consciências com os instrumentos do amor e da caridade.
Pode-se evitar muitas angústias para o futuro, em se compreendendo a
presença da Doutrina dos Espíritos na Terra. Ela vem trazer a revivência
dos conceitos do Cristo, nos dando oportunidades de ressarcir o passado
carregado de mazelas inferiores. O esquecimento das paixões somente se dá
com a transformação do caráter, já viciado nas ilusões do mundo.
As angústias da alma, no plano espiritual, são vivas. Em muitos casos, só
a reencarnação alivia essas torturas incomparáveis do Espírito. Já chegou
a hora de queimar o joio aflorado em nós, que cresceu junto ao trigo em
nossa intimidade. Devemos mudar para crescer; devemos conhecer a verdade
porque ela nos liberta dos liames das trevas.
É bom que nos conscientizemos, e a experiência nos fala mais alto, de que,
mesmo encarnada, a alma tem e sente essas angústias, mas, na verdade,
comparando com as que sentem os Espíritos desencarnados, elas são
virtudes, por lhes faltar o corpo físico que age como esponja absorvente
do magnetismo inferior, que a mente desprende com freqüência.
Que os irmãos encarnados aproveitem sua estadia na Terra, limpando aí
mesmo a sua área consciencial, mudando seus pensamentos, para que suas
idéias mudem igualmente e a sua fala tome o caráter da fala do Cristo, que
ajuda e consola, que cura e embeleza a sua feição. Que abençoem õ que Deus
lhes deu por amor: um corpo de carne, aparelho esse valioso na sua subida
para os planos onde se encontra a felicidade, descobrindo o céu na
intimidade do coração. Que possam refrear todos os seus impulsos
inferiores, fazendo e usando essa energia para despertar qualidades
superiores que se encontram dentro de si.
Já encontramos a estrada; basta trilharmos por ela. Esse é o convite de
Jesus para todos os corações. A natureza das angústias, tanto como
Espírito livre quanto na carne, se diferencia ao infinito. Tudo é de
acordo com as faltas cometidas, ou processos de despertamento necessário
aos Espíritos. Jesus é o nosso sol, que nos ajuda a queimar o joio, sem
perda do trigo, que nos alimenta pela eternidade afora.
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