FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME V

 

Questão 242 comentada

CAPÍTULO 38

0242/LE

CONHECIMENTO DO PASSADO

 

O conhecimento do passado é relativo à alma que regride aos liames do pretérito. Recordar é conhecer o que se foi para melhorar o presente e preparar para o futuro.

O Espírito não tem pleno conhecimento das vidas passadas; ele somente recorda, até onde as suas forças suportarem, o que lhe sirva de lições. Mesmo ao Espírito livre da matéria ainda é vedado saber o que já foi. A gradação é norma de equilíbrio em todos os planos de vida, para que tenhamos paz, e essa paz possa nos fornecer forças no decorrer de novas lutas.

Existem muitos estudiosos que fazem exercícios de regressão de memória que podem levar o incauto ao abismo, onde a perturbação comanda os sentimentos. Desde quando a natureza escondeu, por lei do equilíbrio, os feitos longínquos, é porque tudo tem a hora exata de manifestar-se por meios naturais e gradativos, apresentando-se como agente de recuperação das criaturas.

Existem, igualmente, pessoas que estudam hipnotismo, e magnetismo, idealizando por esses meios fazer alguém recordar o passado distante, às vezes por brincadeira de mau gosto, e outros querendo criar métodos de cura de pessoas cheias de fobias de outros desequilíbrios provindos do fundo d'alma. Esses mexem com fogo, esforçando-se para entenderem que são terapias benfeitoras. O passado, para quem não compreende suas reações, não deve ser tocado; é como que ativação de labaredas que podem destruir o próprio presente, e fazer com que a alma sofra recordações desagradáveis, capazes de levá-la ao caos.

A melhor terapia para esses enfermos é, pois, o Evangelho de Jesus, que se reflete com fulgor na Doutrina dos Espíritos procurando educar a vida que se leva no presente, porque a fração do consciente em atividade está de certa forma ligado à consciência profunda, tendo o poder, quando bem estruturado, de dissolver as mazelas de depósitos negativos acamados no subconsciente, aliviando todo o ser e preparando-o para novas vidas em paz.

Mexer com o fundo do lago interno, há milênios acomodando impurezas, é turvar toda a água da vida. É melhor que as impurezas se transformem, pelos poderes do amor e da caridade, em energias sublimadas. Querer recordar o passado é viver nele, é esquecer-se do presente que nos chama, por vezes à realidade.

Muitas coisas nos são vedadas, por não estarmos preparados para nos encontrarmos frente a frente com as nossas criações inferiores. O conhecimento da verdade que nos fascina, é relativo às nossas capacidades. O alimento do Espírito, sabor e quantidade, é de acordo com a assimilação do mesmo na escala em que se vive.

Não se deve ativar o passado, no mínimo que seja, pois não se sabe o que se encontra guardado no baú da consciência à espera de tempo mais dilatado, e que vindo à tona antes do tempo pode causar desastres de difícil reparo. Vamos nos estudar na escola de Cristo. Procuremos os meios que nos fornece a Doutrina dos Espíritos, passando a usar melhor hoje, agora, os esforços que despendemos para buscar o que não conhecemos e não dominamos. Emtreguemo-nos à disciplina do presente, na educação dos maus pendores, que esse exercício nos levará à paz, pelos caminhos de Jesus.

No que se refere ao conhecimento do passado, de outras vidas, deixemos nas mãos do Cristo, sob a orientação de Deus que Ele nos fará recordar somente o que necessitamos, dando-nos maior alegria e grandes esperanças.

 

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