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CONHECIMENTO DO PASSADO
O conhecimento do passado é relativo à alma que regride aos liames do
pretérito. Recordar é conhecer o que se foi para melhorar o presente e
preparar para o futuro.
O Espírito não tem pleno conhecimento das vidas passadas; ele somente
recorda, até onde as suas forças suportarem, o que lhe sirva de lições.
Mesmo ao Espírito livre da matéria ainda é vedado saber o que já foi. A
gradação é norma de equilíbrio em todos os planos de vida, para que
tenhamos paz, e essa paz possa nos fornecer forças no decorrer de novas
lutas.
Existem muitos estudiosos que fazem exercícios de regressão de memória que
podem levar o incauto ao abismo, onde a perturbação comanda os
sentimentos. Desde quando a natureza escondeu, por lei do equilíbrio, os
feitos longínquos, é porque tudo tem a hora exata de manifestar-se por
meios naturais e gradativos, apresentando-se como agente de recuperação
das criaturas.
Existem, igualmente, pessoas que estudam hipnotismo, e magnetismo,
idealizando por esses meios fazer alguém recordar o passado distante, às
vezes por brincadeira de mau gosto, e outros querendo criar métodos de
cura de pessoas cheias de fobias de outros desequilíbrios provindos do
fundo d'alma. Esses mexem com fogo, esforçando-se para entenderem que são
terapias benfeitoras. O passado, para quem não compreende suas reações,
não deve ser tocado; é como que ativação de labaredas que podem destruir o
próprio presente, e fazer com que a alma sofra recordações desagradáveis,
capazes de levá-la ao caos.
A melhor terapia para esses enfermos é, pois, o Evangelho de Jesus, que se
reflete com fulgor na Doutrina dos Espíritos procurando educar a vida que
se leva no presente, porque a fração do consciente em atividade está de
certa forma ligado à consciência profunda, tendo o poder, quando bem
estruturado, de dissolver as mazelas de depósitos negativos acamados no
subconsciente, aliviando todo o ser e preparando-o para novas vidas em
paz.
Mexer com o fundo do lago interno, há milênios acomodando impurezas, é
turvar toda a água da vida. É melhor que as impurezas se transformem,
pelos poderes do amor e da caridade, em energias sublimadas. Querer
recordar o passado é viver nele, é esquecer-se do presente que nos chama,
por vezes à realidade.
Muitas coisas nos são vedadas, por não estarmos preparados para nos
encontrarmos frente a frente com as nossas criações inferiores. O
conhecimento da verdade que nos fascina, é relativo às nossas capacidades.
O alimento do Espírito, sabor e quantidade, é de acordo com a assimilação
do mesmo na escala em que se vive.
Não se deve ativar o passado, no mínimo que seja, pois não se sabe o que
se encontra guardado no baú da consciência à espera de tempo mais
dilatado, e que vindo à tona antes do tempo pode causar desastres de
difícil reparo. Vamos nos estudar na escola de Cristo. Procuremos os meios
que nos fornece a Doutrina dos Espíritos, passando a usar melhor hoje,
agora, os esforços que despendemos para buscar o que não conhecemos e não
dominamos. Emtreguemo-nos à disciplina do presente, na educação dos maus
pendores, que esse exercício nos levará à paz, pelos caminhos de Jesus.
No que se refere ao conhecimento do passado, de outras vidas, deixemos nas
mãos do Cristo, sob a orientação de Deus que Ele nos fará recordar somente
o que necessitamos, dando-nos maior alegria e grandes esperanças.
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