FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME V

 

Questão 229 comentada

CAPÍTULO 25

0229/LE

O QUE CRIAMOS

 

A Terra, sendo material visível, palpável, certamente que a ela se ajusta tudo que se refere à semelhança de sua estrutura. As paixões dos Espíritos se encontram em faixa diferente e elas acompanham, por leis espirituais, o seu criador. Assim, pode enfraquecer, e mesmo desaparecer, pela vontade daquele que as alimenta.

Quando a alma parte do mundo físico por justiça divina e mesmo humana, ela leva consigo as suas paixões, que atravessam com ela o túmulo sem nenhuma dificuldade, pois isso é uma disposição da alma que, pelo tempo, deve se educar com os resultados indesejáveis das suas criações inferiores.

Tudo que criamos afiniza-se a nós e, de certa forma, se encontra ligado ao criador por fios invisíveis, mas sólidos, de maneira a nos trazer a paz ou a espada.

Eis porque necessitamos muito do Cristo; Ele é o salvador incondicional nos nossos caminhos, nunca se esquecendo dos Seus tutelados. Ele deixou o Evangelho como herança para toda a humanidade, e graças aos céus, ele, o Evangelho, já se encontra conhecido por todo o mundo. Os seus divinos preceitos já vibram em muitos corações de boa vontade.

A missão da Doutrina dos Espíritos é, pois, fazer reviver o Cristo em todos os corações, e deixar que o Mestre nasça em cada criatura, sob as bênçãos de Deus. As leis naturais nos provam a verdade; conhecendo que carregamos as nossas mazelas morais e que elas nos perseguem onde quer que seja, procuremos neutralizar essas forças incômodas, passando a criar a luz em forma de virtudes, e esse esforço será sempre abençoado pelos céus na presença dos Anjos de Deus.

Se as paixões nos acompanham depois da chamada morte do corpo, a inteligência nos diz que devemos suspendê-las antes que chegue a hora de partir da Terra para o mundo espiritual. O nosso conselho, de irmão que se encontra do lado oposto do encarnado, é que se deve começar o esforço de purificação hoje, agora, sem perda de tempo, porque todo trabalho para melhorar moralmente é assistido pelos benfeitores da espiritualidade maior, quando não enviam companheiros que procuram trabalho no afã de também se melhorarem, para que nesse serviço de caridade, todos sejam beneficiados pelo amor.

Devemos nos certificar de que tudo que criamos nos acompanha onde estagiamos. Se construímos a paz, essa paz faz parte das nossas atividades, mas se semeamos a maldade nas suas variadas formas, ela nos persegue em variados matizes, de modo que somente a verdade que se transforma em amor, pode nos socorrer, limpando a nossa mente e tranqüilizando a consciência pela vivência dos preceitos de Jesus, que sempre libertam.

A Terra em si nada tem a ver com- as nossas criações; o que é dela, fica nela, o que vibra em outra dimensão, permanece girando e vivendo sob o comando do criador.

A nossa felicidade é que o Espírito é imortal em todas as suas atividades, e é puro em todo o seu conteúdo, visto que as mãos de Deus nada fariam impuro e imperfeito. Somente a verdade domina nossos sentimentos e tem perfeita afinidade com os nossos corações. Tudo que não afiniza com o amor será, hoje ou amanhã, desfeito pelas nossas modificações e a razão esclarecida nos indicará o caminho certo para encontrarmos o Mestre, que nunca fica separado dos Seus tutelados, porque o Seu amor ultrapassa todos os obstáculos e vence todas as dificuldades.

Se vivemos dentro da atmosfera que criamos, e respiramos os próprios pensamentos onde gravamos nossas idéias, ao conhecermos essa verdade, passamos a modificar a nossa vida, e o melhor caminho é aquele que conhecemos pelo nome de Jesus Cristo.

 

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