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CULTO AOS ANCESTRAIS
Não estamos negando o culto àqueles que nos foram caros, que cooperaram no
nosso retorno à carne para novas experiências; de forma alguma. Quando nos
lembrarmos deles, devemos acrescentar sempre gratidão e orar pelos
avoengos pedindo a Deus para os abençoar onde eles se encontrarem e, ainda
mais, devemos cultivar o bem que eles plantaram, através das sementes de
moralidade, de trabalho e de amor.
Se nenhuma das ovelhas se perde, no dizer de Jesus, como cultuar somente
os nossos antepassados, se todos se fundem em uma só família?
Experimentemos, pois, amar a humanidade. A lei de amor nos diz que somos
um todo em Deus, que representamos elos da família universal, e que corre
em todos os corpos uma energia divina procedente do Todo Poderoso.
Seitas e religiões espiritualistas existem cuja filosofia se baseia no
culto aos ancestrais, cuja direção ou comando são passados de pai para
filho, ou descendente mais próximo, na ilusão enganosa de que se pode
ligar, parcimoniosamente, as coisas da Divindade. Mas quando ocorre que,
na família ancestral, tenha havido alguns cujos comportamentos possam
envergonhar os descendentes, estes procuram esquecê-los ou apagá-los.
Afirma-nos Jesus que são os doentes que precisam de médicos, e não os
sãos. Não podemos ignorar que o sangue que corre nas veias de um nobre é o
mesmo que viaja no corpo de um plebeu.
A lei da reencarnação é um socorro para os Espíritos que ainda precisam
dela, por fazê-los encontrar os inimigos do passado frente a frente, de
modo a aceitarem a reconciliação como a melhor forma de paz. O culto aos
ancestrais nunca é ridículo; é um ato de amor e gratidão. Somente o que a
lei do amor não aceita é que esse culto fique limitado ao lar onde nasceu.
Que seja estendido para os outros lares, para outras nações e para o mundo
inteiro. Não gosta o homem de visitar, quando pode, países diferentes
daquele em que estagia? De lá não traz coisas para a sua alegria e o seu
conforto? Por que não abençoar esse povo que não difere da sua própria
forma? São nossos irmãos, são também nossos próximos, que Jesus nos pede
para amar como sendo os nossos irmãos. O próprio casamento com pessoas de
raça diferente contribui para nos unirmos, para libertar o amor familiar,
e é por esse processo que passamos a nos ligar com muitas famílias, para
que elas se tornem uma só.
Jesus disse que "nos céus não se casa nem se dá em casamento". O Espírito
não descende do Espírito. Quando um casal desencarna, se encontra livre,
e, às vezes, é chamado a ingressar em outra família, no país onde animou
um corpo, ou em outro, ele vai encontrar ancestrais de outras famílias,
onde deve exercitar o amor e universalizar os seus sentimentos.
Não se deve ficar pedindo aos parentes desencarnados para fazerem o que se
quer que seja feito na Terra; banalidades, às vezes, que envergonham a
própria consciência. Se se desconhece o estado deles no plano da vida
espiritual, não se deve incomodá-los com as coisas da Terra. Eles, quando
elevados, ficarão alegres quando seus "familiares" principiarem a abolir
os erros, dissipando as trevas do seu mundo mental.
Quando o nosso amor quebrar as amarras do lar, dos parentes, e atingir os
seres humanos sem distinção, pela caridade, respeitando o direito de
todos, nos sentiremos felizes por sabermos que no futuro haverá um só
rebanho e um só Pastor, que é Jesus Cristo. Devemos, sim, cultuar os
ancestrais, mas, de todos os povos, como sendo a nossa família, a família
de Deus.
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