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UM SER À PARTE
É isso que os desencarnados desejam sempre afirmar para os que estão na
Terra, presos em corpo de carne: que a alma conserva depois da morte, a
sua individualidade. Quando ela descobre que não morreu, a sua alegria é
intensa e a sua esperança é maior. Desperta em seu coração um desejo
ardente de voltar ao convívio familiar, bem como com seus amigos, e dizer
que ninguém morre, que a vida continua com amplitudes que os humanos, por
vezes, desconhecem.
Acontece, muitas vezes, o aparecimento do que partiu para seus entes
queridos, ou, quando não consegue isso, a alguns familiares que guardem
fortes lembranças daquele que seguiu da espiritualidade. Essas provas
surgem todos os dias, em locais variados, mas o aparecimento de espíritos
aos desencarnados se registra em quase todos os lares, e isso ocorre em
todos os tempos da humanidade.
O corpo é um instrumento, cujo usuário é o Espírito. Uma vez abandonado
pelo Espírito o corpo fenece; perdendo toda sua capacidade de comunicação
com os outros, o físico perde sua forma, desfazendo-se e voltando ao mundo
de onde partiu, para tomar novas formas, aonde for chamado pela natureza.
A alma não perde sua individualidade: ela abandona sua vestes carnais e
permanece em outro corpo sutil, que lhe é próprio para a continuação da
imortalidade.
O que chamamos, com muita propriedade, de Espírito, é o seu instrumento de
comunicação no mundo em que habita. Às vezes, permanece com a forma que
tinha quando encarnado, mas, pode mudá-la, usando a capacidade espiritual
que a sua posição no mundo fez adquirir. O corpo espiritual é sensível ao
pensamento do Espírito que, pela vontade, pode transformá-lo como desejar.
Se for chamado para trabalhar, e mesmo renascer em outro mundo, o Espírito
deixa o perispírito condizente com o ambiente em que viveu e formar-se
outro, de acordo com a natureza do planeta que devera habitar, para estar
ligado a lei de harmonia daquele planeta que lhe servira de casa por
determinado tempo.
No entanto devemos compreender que os corpos dos Espíritos são diversos;
quanto mais acendem em evolução, mais corpos surgem, como instrumentos da
sua engenhosa personalidade. As percepções crescem, pelo crescimento dos
seus aparelhos espirituais. Ainda é cedo para que possamos compreender o
valor e a necessidade dos corpos espirituais da alma. Se já conhecemos
alguma coisa neste sentido, ainda estamos no período preparatório da
sabedoria espiritual.
A natureza perde parcimônia nos conhecimentos, porque a verdade surgira
pela maturidade dos que a procuram. O seu maior serviço é libertar as
inteligências, doando a sabedoria e fazendo-se presente nos corações como
amor. O que os homens precisam saber, e alguns já conhecem essa verdade, é
que ninguém leva para o mundo espiritual o que possui de bens terrenos. Os
verdadeiros valores que se carrega consigo são os valores morais. É nesse
sentido que o Evangelho cresce, por ser ele o maior celeiro de vida a nos
ensinar e ajudar a despertar os talentos em nossos corações. Então, a
nossa individualidade torna-se um sol diante da vida.
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