FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME III

 

Questão 150 comentada

CAPÍTULO 48

0150/LE

UM SER À PARTE

 

É isso que os desencarnados desejam sempre afirmar para os que estão na Terra, presos em corpo de carne: que a alma conserva depois da morte, a sua individualidade. Quando ela descobre que não morreu, a sua alegria é intensa e a sua esperança é maior. Desperta em seu coração um desejo ardente de voltar ao convívio familiar, bem como com seus amigos, e dizer que ninguém morre, que a vida continua com amplitudes que os humanos, por vezes, desconhecem.

Acontece, muitas vezes, o aparecimento do que partiu para seus entes queridos, ou, quando não consegue isso, a alguns familiares que guardem fortes lembranças daquele que seguiu da espiritualidade. Essas provas surgem todos os dias, em locais variados, mas o aparecimento de espíritos aos desencarnados se registra em quase todos os lares, e isso ocorre em todos os tempos da humanidade.

O corpo é um instrumento, cujo usuário é o Espírito. Uma vez abandonado pelo Espírito o corpo fenece; perdendo toda sua capacidade de comunicação com os outros, o físico perde sua forma, desfazendo-se e voltando ao mundo de onde partiu, para tomar novas formas, aonde for chamado pela natureza. A alma não perde sua individualidade: ela abandona sua vestes carnais e permanece em outro corpo sutil, que lhe é próprio para a continuação da imortalidade.

O que chamamos, com muita propriedade, de Espírito, é o seu instrumento de comunicação no mundo em que habita. Às vezes, permanece com a forma que tinha quando encarnado, mas, pode mudá-la, usando a capacidade espiritual que a sua posição no mundo fez adquirir. O corpo espiritual é sensível ao pensamento do Espírito que, pela vontade, pode transformá-lo como desejar. Se for chamado para trabalhar, e mesmo renascer em outro mundo, o Espírito deixa o perispírito condizente com o ambiente em que viveu e formar-se outro, de acordo com a natureza do planeta que devera habitar, para estar ligado a lei de harmonia daquele planeta que lhe servira de casa por determinado tempo.

No entanto devemos compreender que os corpos dos Espíritos são diversos; quanto mais acendem em evolução, mais corpos surgem, como instrumentos da sua engenhosa personalidade. As percepções crescem, pelo crescimento dos seus aparelhos espirituais. Ainda é cedo para que possamos compreender o valor e a necessidade dos corpos espirituais da alma. Se já conhecemos alguma coisa neste sentido, ainda estamos no período preparatório da sabedoria espiritual.

A natureza perde parcimônia nos conhecimentos, porque a verdade surgira pela maturidade dos que a procuram. O seu maior serviço é libertar as inteligências, doando a sabedoria e fazendo-se presente nos corações como amor. O que os homens precisam saber, e alguns já conhecem essa verdade, é que ninguém leva para o mundo espiritual o que possui de bens terrenos. Os verdadeiros valores que se carrega consigo são os valores morais. É nesse sentido que o Evangelho cresce, por ser ele o maior celeiro de vida a nos ensinar e ajudar a despertar os talentos em nossos corações. Então, a nossa individualidade torna-se um sol diante da vida.

 

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