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DUALIDADE
Existem dois pólos que não se tocam, na visão humana que desconhece a vida
do Espírito. Faltam ao moralismo sentidos que registram a existência do
Espírito. O homem materialista vive e se preocupa somente com a vida
física. Mesmo que em sua mente surjam alguns pensamentos, como avisos de
que a vida continua depois do túmulo, ele passa para o esquecimento essas
idéias, pelo medo ou orgulho, vaidade ou desinteresse, sem se
conscientizar da sublime verdade de que ninguém morre, que a vida continua
em todos os rumos da criação de Deus, A dualidade é norma da segurança
universal.
Para que a vida física se negamos a vida do Espírito? Concitamos os
materialistas a se aprofundarem nas pesquisas, nos estudos
espiritualistas, como que batendo às portas da sabedoria para que, ao
serem abertas, encontrem um reino fabuloso de conhecimentos sobre a
sobrevivência da alma. “Conhece-te a ti mesmo”, recomenda um grande
filósofo. Para conhecermos a nós mesmos, necessário se faz
aprofundarmo-nos em todas as ciências, principalmente na ciência da vida,
naquilo que se encontra por detrás do visível. Os próprios sábios modernos
já constataram que o que não se vê é o mais real.
Negar o que não se compreende é conduta dos néscios; estudar o que não se
sabe é dever dos Espíritos inteligentes. Os que amam a música e se
entregam à conquista desta harmonia somente o fazem pelos processos onde a
persistência e o estudo sério é a meta que não podem desconhecer.
Os homens que estudam o corpo humano, que desejam conquistar esse saber
onde estão tão visíveis os traços da inteligência suprema, deixam-se,
quase sempre, ser tomados pelo orgulho e nada querem ver além da matéria.
Quando descobrem algo que a humanidade desconhecia sobre as leis que
governam a argamassa fisiológica, o orgulho os impede de reconhecer aí as
mãos do Criador e a vaidade deixa de lado os sentimentos que falam da
paternidade que criou, de uma Sabedoria Suprema que nos governa a todos.
Desejam, por amor próprio, ficar somente nos efeitos, esquecendo a causa
primária de todas as coisas. Mas, Deus, sendo todo bondade e amor, ainda
assim os ajuda nos seus trabalhos que podem auxiliar a humanidade e espera
que, mais tarde, eles, os que dormem no que se refere ao Espírito, venham
a acordar como tantos outros reconhecendo o Sol da vida, a Central de luz
que chamamos de Pai.
A existência de Deus e de todos os Espíritos criados por Ele se evidencia
para quem a quer ver e sentir, em todos os fenômenos da natureza. Não pode
existir a matéria sem o Espírito, nem o Espírito sem a matéria; a
dualidade se completa para a glória da vida imortal. De onde saiu o
Espírito? Certamente que respondemos: de Deus. De onde saiu a matéria? A
resposta deve ser a mesma. Portanto, somos todos irmãos, e desse princípio
deve nascer o respeito e, nas mesmas linhas, o Amor. Certamente, somente o
tempo pode abrir-nos os olhos, no sentido de conhecermos a verdade, aquela
força que liberta todas as almas, fazendo-as sentir no céu da consciência,
a vida de Deus.
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