FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME III

 

Questão 147 comentada

CAPÍTULO 45

0147/LE

DUALIDADE

 

Existem dois pólos que não se tocam, na visão humana que desconhece a vida do Espírito. Faltam ao moralismo sentidos que registram a existência do Espírito. O homem materialista vive e se preocupa somente com a vida física. Mesmo que em sua mente surjam alguns pensamentos, como avisos de que a vida continua depois do túmulo, ele passa para o esquecimento essas idéias, pelo medo ou orgulho, vaidade ou desinteresse, sem se conscientizar da sublime verdade de que ninguém morre, que a vida continua em todos os rumos da criação de Deus, A dualidade é norma da segurança universal.

Para que a vida física se negamos a vida do Espírito? Concitamos os materialistas a se aprofundarem nas pesquisas, nos estudos espiritualistas, como que batendo às portas da sabedoria para que, ao serem abertas, encontrem um reino fabuloso de conhecimentos sobre a sobrevivência da alma. “Conhece-te a ti mesmo”, recomenda um grande filósofo. Para conhecermos a nós mesmos, necessário se faz aprofundarmo-nos em todas as ciências, principalmente na ciência da vida, naquilo que se encontra por detrás do visível. Os próprios sábios modernos já constataram que o que não se vê é o mais real.

Negar o que não se compreende é conduta dos néscios; estudar o que não se sabe é dever dos Espíritos inteligentes. Os que amam a música e se entregam à conquista desta harmonia somente o fazem pelos processos onde a persistência e o estudo sério é a meta que não podem desconhecer.

Os homens que estudam o corpo humano, que desejam conquistar esse saber onde estão tão visíveis os traços da inteligência suprema, deixam-se, quase sempre, ser tomados pelo orgulho e nada querem ver além da matéria. Quando descobrem algo que a humanidade desconhecia sobre as leis que governam a argamassa fisiológica, o orgulho os impede de reconhecer aí as mãos do Criador e a vaidade deixa de lado os sentimentos que falam da paternidade que criou, de uma Sabedoria Suprema que nos governa a todos. Desejam, por amor próprio, ficar somente nos efeitos, esquecendo a causa primária de todas as coisas. Mas, Deus, sendo todo bondade e amor, ainda assim os ajuda nos seus trabalhos que podem auxiliar a humanidade e espera que, mais tarde, eles, os que dormem no que se refere ao Espírito, venham a acordar como tantos outros reconhecendo o Sol da vida, a Central de luz que chamamos de Pai.

A existência de Deus e de todos os Espíritos criados por Ele se evidencia para quem a quer ver e sentir, em todos os fenômenos da natureza. Não pode existir a matéria sem o Espírito, nem o Espírito sem a matéria; a dualidade se completa para a glória da vida imortal. De onde saiu o Espírito? Certamente que respondemos: de Deus. De onde saiu a matéria? A resposta deve ser a mesma. Portanto, somos todos irmãos, e desse princípio deve nascer o respeito e, nas mesmas linhas, o Amor. Certamente, somente o tempo pode abrir-nos os olhos, no sentido de conhecermos a verdade, aquela força que liberta todas as almas, fazendo-as sentir no céu da consciência, a vida de Deus.

 

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