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O PERISPÍRITO
Há um laço que prende o Espírito ao corpo, um intermediário entre as duas
forças da vida, de natureza semimaterial e a Doutrina Espírita denominou-o
perispírito. Existem outros laços que ligam o Espírito ao perispírito de
modo mais seguro e que a evolução saberá desatá-lo na época conveniente.
Queremos dizer com isso que a alma tem muitos corpos, os quais não cabe
mencionar, por não ser esse o objetivo desta página, e todos eles estão
ligados ao Espírito por leis que escapam ao raciocínio dos homens, porém,
com um pouco de esforço poder-se-á notar a existência das coisas dos
Espíritos e suas necessidades. A evolução dos Espíritos capacitará a
inteligência para perceber, por exame indutivo, o vasto campo espiritual
onde se movimentam bilhões de seres inteligentes, e daí se poderá partir
para onde deveremos chegar; a espiritualidade superior.
Assim como não se pode ter nas residências a luz elétrica sem os fios
devidamente ordenados, o Espírito, para iluminar o corpo na sua
movimentação adequada, precisa dos fios tenuíssimos do cordão fluídico, de
modo que as ordens desçam para o mundo celular, as idéias surjam na mente
e a palavra saia para a audição, como veículo de desenvolvimento
espiritual. O coração fluídico, que os antigos iniciados chamavam de
“cordão de prata”, por ser a sua luz da cor deste metal, mas, com
característica brilhante, serve de intermediário entre o Espírito e o
corpo e é de natureza elástica sobremodo incompreensível para a ciência da
Terra. A alma, durante o sono do corpo, fica mais leve e, de acordo com a
sua evolução, pode fazer viagens longas, a ponto do “coração de prata”
ficar da espessura de um fio de teia de aranha. Devido aos cuidados
tomados pelos Espíritos Superiores, não há perigo algum, nessas viagens,
desde quando o Espírito seja obediente ao comando dos benfeitores
espirituais.
Cumpre-nos dizer, que, quando se está, como Espírito livre do corpo, mas,
resguardado pelo corpo fluídico, deve-se cuidar dos sentimentos, da
formação das idéias e educar as palavras, porque tudo que se pensa e se
fala negativamente, fixa-se no campo sensível do corpo espiritual, como
nódoa de difícil limpeza. A nossa aura apresenta o que somos, tanto
encarnados como desencarnados. O que semeamos nos ouvidos alheios,
colhemos nos corpos que usamos, apoiando-nos para a nossa missão na Terra.
A reforma dos nossos sentimentos, de que tanto falamos, inspirados no
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, objetiva a nossa felicidade. Quem
ama sem distinção, está limpando seus próprios caminhos; quem perdoa as
ofensas, está tranqüilizando a própria consciência e quem exercita a
caridade por onde passa, saiba que ela salva o caridoso das investidas de
todos os males. Não existe outro caminho para limpar o perispírito, e
mesmo o cordão fluídico, das mazelas do mundo, a não ser o Amor em todas
as suas feições de entendimento.
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