FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME III

 

Questão 122 comentada

CAPÍTULO 20

0122/LE

A LIVRE VONTADE

 

A pergunta 122, feita por Allan Kardec, foi muito profunda. Estribamo-nos nela para falar alguma coisa daquilo que pesquisamos e aprendemos na linha de entendimento que palmilhamos. A escolha do Espírito certamente não foi determinada, só por Deus, sendo onisciente, já sabia o que os Espíritos haveriam de escolher. O livre arbítrio surge de acordo com a evolução da alma, e cresce com ela. Se ela não tem, no princípio, uma consciência perfeita do que deve fazer, é ignorante daquilo que escolhe. Eis porque não deve ter culpa do que faz. Todos passam por essas diretrizes, são processos de aprendizado, indispensáveis ao despertamento da alma.

Os Espíritos seriam diferentes uns dos outros, se uns tivessem o despertamento das suas qualidades sem nenhum obstáculo, passassem por todas as experiências sem nenhuma falta, trilhassem todos os caminhos sem erros, ao passo que outros, por invigilância, escolhessem os caminhos das trevas. Pedimos que o leitor raciocine, buscando na razão uma resposta, pelos caminhos da meditação e da prece. As pesquisas nos informam que somente os cegos caem nas fossas; quem passou a enxergar, fica livre das trevas.

Disse Jesus que a verdade liberta as criaturas. Desde quando o Espírito começa a conhecer a Verdade, a luz do entendimento o livra de todo o mal. Nós cedemos à tentação dos Espíritos inferiores, se vivemos na inferioridade, e quando vivemos nas trevas é porque desconhecemos a luz. Queremos dizer que os Espíritos somente erram - se esse é o termo correto - por desconhecerem as conseqüências do mal. Depois que passam a desfrutar dos resultados do Amor e da Caridade, têm acelerada a sua marcha de ascensão espiritual.

O bem domina todas as consciências, por que fomos feitos pelo Amor, por Amor e para o Amor. As mãos que trabalham para que pudessem surgir Espíritos são puras na totalidade, e o coração que nos dirige é de pureza inconcebível. A lei do merecimento nos garante que não recebemos nada que não mereçamos; se cedermos às influências exteriores, é por vibrarem em nossa mente idéias compatíveis com pensamentos de outras inteligências. As influências do mal somente ocupam as mentes que vibram na mesma dimensão. Esta é uma lei dominante em toda a casa de Deus.

O livre arbítrio total somente existe em Deus; os demais obedecem à faixa em que vive o Espírito. Somente escolhemos o que está ao nosso alcance para se escolher, o que o nosso despertamento permitir. O peixe não suporta viver fora da água, como o ser humano não pode viver sem o ar, de onde tira os elementos da vida. A escolha é compatível com a nossa evolução já alcançada. Quem escolhe só o bem, o faz pela maturidade que o tempo lhe conferiu em milênios incontáveis.

 

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