FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME II

 

Questão 97 comentada

CAPÍTULO 46

0097/LE

A ESCALA EVOLUTIVA

 

Dificilmente podemos traçar uma escala evolutiva para os Espíritos, encarnados e desencarnados. As linhas divisórias escapam à nossa análise; entretanto, podemos fazer, como fazem na Terra sobre as classes, dividindo-as entre alta, média e baixa, sendo, para todas elas, a escala infinita. Assim como o Espiritismo preocupou-se em se lembrar das escalas dos Espíritos, outras escolas espiritualistas também fizeram as suas divisões, da maneira que acharam mais conveniente. No fundo, nada muda sobre as leis naturais da vida

Para melhor compreendermos o que é um Espírito, ou o que somos, é bom que nos conscientizemos disso: cada alma se encontra em uma escala diferente. Nunca dois Espíritos são totalmente iguais, no que concerne à evolução: sempre existe algum traço de diferença, mesmo entre os que têm perfeita sintoma espiritual. Os que consideramos Espíritos perfeitos, o são em relação aos homens e não diante de Deus.

A perfeição universal, a pureza total, somente o a possui, em todas as suas atribuições, portanto, não temos meios para elaborar uma escala perfeita dos Espíritos, o que, nos parece, nem Deus a fez. Ele criou as leis e desde quando passamos a conhecê-las, vamos entendendo o porquê de todas as coisas do universo.

O que Jesus fala no Evangelho, que mesmo os escolhidos serão enganados, dá para percebermos o quanto ainda somos inferiores. Somos escolhidos, por vezes, para determinada tarefa, porém, temos muita ligação nas trevas, pelo passado ainda próximo ao nosso presente, e é nessa influência que poderemos ser enganados: não pelos Espíritos inferiores, mas, por nossas inferioridades, que vibram em nossos caminhos.

A superioridade é demorada e constitui a nossa conquista espiritual. É, pois, o resultado do esforço individual, de passo a passo, e foi Nosso Jesus Cristo quem nos ofertou todos os caminhos, nos mostrando a verdade e a vida, facilitando as nossas escolhas; mas, o trabalho é nosso. Enquanto necessitarmos de vestir o burel de carne, ainda estaremos longe da perfeição espiritual. Devemos nos preocupar pouco com a escala a que pertencemos como Espíritos, mas, dar uma demão à nossa auto-educação em todos os sentidos, no que tange à moral; todavia, necessário se faz que entendamos o que seja moral em primeiro lugar, para não cairmos em piores condições. Se não tivermos estrutura para viver os altos preceitos do Evangelho, será bem difícil apresentarmo-nos como mestres dos que procuram aprender.

No mundo físico as divisões das classes são determinadas pelo poder aquisitivo, e, mesmo assim, dificilmente podes determinar a qual classe pertencem certas pessoas. No mundo moral, as dificuldades são maiores, porque sempre escondemos O que de mal fazemos aos nossos irmãos, e anunciamos com todo vigor algum dever, que não passa mesmo de dever de cada alma. Deixemos quem quiser julgar a qual classe pertencemos, o que não nos interessa muito. O que o Cristo nos ensina é escolher a melhor parte, é trabalhar dentro do nosso mundo íntimo, por saber que o céu está em nós, bastando encontrá-lo, e se o encontrarmos, certamente vamos encontrar Deus e Cristo. Cada criatura, se desejar, pode analisar a si mesma, observando a que faixa pertence na escala espiritual.

 

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