FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME II

 

Questão 93 comentada

CAPÍTULO 42

0093/LE

PERISPÍRITO

 

Assim como damos formas aos nossos pensamentos e, de certo modo, vida às nossas ideias, nós somos o produto dos pensamentos de Deus e recebemos vida pelo Seu poder magistral, pela arte que tem de criar. Somos filhos de Deus, como somos pais dos nossos pensamentos. Tudo que criamos povoa a nossa mente, a nos entregar os resultados das nossas intenções. Desde quando fomos criados pelo, começamos a viajar, do alfa ao ômega e do ômega ao alfa, porém, necessitamos de instrumentos para essa grande viagem, assim como na Terra precisa-se de roupas para vestir e de carros e outros instrumentos para viajar. Essa é a lei universal.

O Espírito reveste-se de uma roupagem a que chamamos de perispírito, sem que esta seja definitiva. Ela é apurada, conforme a evolução do Espírito, ou suprimida, de acordo com o mundo em que ele habita. Existem ainda variedades de corpos usados pelos Espíritos de que muitas escolas espiritualistas igualmente dão notícias, pelas suas pesquisas. Compreendemos o caso de uma complexidade muito grande, mas fascinante, de modo a nos atrair a atenção para estudos mais sérios, dada a engenhosidade de sua formação.

Podes observar o fruto de uma árvore, o mais simples que seja: o seu líquido, a essência ou, se assim podemos o chamar, o néctar, sempre se encontra protegido por vários corpos, para que possa cumprir o seu dever de nutrir homens e animais, insetos e aves. Verifiquemos o mel das abelhas, alimento salutar, fortificante incomparável para ., os homens, como vem sendo ele guardado pelas operárias de um apiário: é revestido por muitos processos, que os próprios homens não aprenderam ainda, por serem todos naturais, sem nenhuma perda da substância alimentícia e medicamentos. O Espírito propriamente dito não foge a essa lei: se reveste de muitos corpos e destitui-se dos mesmos quando deles não precisa mais. Enquanto cresce, vai-se desvencilhando das roupagens, que são sempre grosseiras, e tornando-se livre, na liberdade de Deus, Nosso Pai e Criador.

O perispírito, para nós na Terra, é de grande valor: ele nos livra e nos protege de certos enervamentos ou contrações, que o Espírito poderia sofrer sem a sua proteção, ante o ambiente negativo e carregado de magnetismo inferior. O Espírito reveste-se de corpos de acordo com o ambiente em que estagia, ou em que vai trabalhar, qual o vaqueiro que usa a roupa de couro, além da sua costumeira, para correr dentro do mato, como usa o cavalo que o protege e o ajuda no seu mandato. Eis aí o porquê da necessidade dos corpos usados pelos Espíritos na sua jornada terrena.

O perispírito, para o Espírito, ainda é uma veste grosseira, no entanto, para os homens, além de ser invisível é, uma substância delicada, com um poder ideoplástico extraordinário, obediente à vontade da alma que o usa como veste temporária. Ele se unifica em tomo do Espírito por uma lei de atração criada pela chama divina que o sustenta e dirige, até quando lhe aprouver. Tem muitas funções, uma das quais é ser intermediário entre o corpo de carne e a alma. Por meio dele, o mundo físico é vitalizado, mantendo a coesão molecular, como a própria vida instintiva dos órgãos. Ainda existem outros pormenores que, com o passar dos tempos serão descobertos. Só temos a dizer que o perispírito é uma grande maravilha para os Espíritos ainda em condições materiais.

 

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