FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME II

 

Questão 83 comentada

CAPÍTULO 32

0083/LE

OS ESPÍRITOS TÊM FIM?

 

Inicialmente, reafirmamos que o Espírito encarnado sofre grandes limitações no que concerne à capacidade de maior entendimento, principalmente sobre a vida espiritual. Também nós sofremos, como Espírito fora da carne, incapacidade de responder a determinadas perguntas, feitas pelos homens. Nem tudo nos é dado a saber. O conhecimento sempre acompanha o crescimento espiritual e é uma lei de equilíbrio em favor das próprias criaturas.

A pergunta, se os Espíritos têm fim, certamente foi feita inspirada na razão, por saber que ele teve princípio, no entanto, devemos dizer que as leis no plano maior da vida nem sempre têm relação com as que existem na Terra e que são conhecidas pelos homens. O que é impossível para os homens não o é para Deus, como igualmente o que se conhece por princípio se perde na grande equação da Divindade. O que se entende como sendo fim sofre diferenciação no seio d'Aquele que tudo gerou. Já falamos alhures Que a linguagem humana é deficiente para conversar sobre as coisas transcendentais. Podemos assinalar por ela algumas coisas, o que já constitui uma misericórdia para todos nós.

O Espírito que respondeu a Allan Kardec sobre o assunto, limitou-se a dizer ao codificador: "Dizemos que a existência dos Espíritos não tem fim". E acrescentou mais adiante: "É tudo o que podemos, por agora, dizer". É certo que, em geral, os homens têm ansiedade pela vida. Se ela terminasse no túmulo, e com isso o Espírito tivesse fim, seria fator de desestímulo para todos os homens da Terra e dos outros planetas habitados para os quais a evolução e o progresso não existiriam. Porém, a bondade de Deus é tamanha que Ele nos fez à Sua semelhança, palavra divina que ilumina, consola e se transforma em felicidade para todas as criaturas. Se somos semelhantes ao Criador, somos eternos, e o tempo para nós, como Espíritos, servir-nos-á para a renovação interior: quanto mais velhos, mais novos...

Muitos espiritualistas reclamam da nossa conversa que, dizem, se parece com parábolas de difícil entendimento. Desejam coisas mais claras, mais objetivas. Se estivesse ao nosso alcance, falaríamos com todo prazer, porém, para sermos bem entendidos, é preferível falarmos pouco por faltar na linguagem humana, recursos e mesmo preparo por parte dos homens para ouvir determinados assuntos, que se simples para alguns, em outros poderão suscitar dúbias interpretações. Estamos na escola divina, todos juntos, à procura dos mesmos ideais. Para o nosso consolo e alegria, cumpre refletir que fomos criados por Deus, a Suprema Inteligência, a Suprema Perfeição, que não iria fazer algo imperfeito. A harmonia vibra em tudo que Suas mãos tocaram.

No mundo espiritual, estudamos e pesquisamos os mistérios de Deus, que são muitos. Descem ao nosso plano grandes almas, para nos ensinar algo mais sobre o amor, a ciência e a própria filosofia, e devemos dizer que há assuntos para os quais nos falta ainda o entendimento. Usamos a oração para compreender, na gradação das leis, o que é nos dado a conhecer. Do que compreendemos, algumas coisas passamos para os homens, pelas faculdades mediúnicas dos mesmos. Devemos repetir, para o bem estar geral, que somos eternos na eternidade de Deus, mesmo com todas as transformações sofridas.

 

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