FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME II

 

Questão 54 comentada

CAPÍTULO 3

0054/LE

FONTE UNIVERSAL

 

Somos todos filhos do mesmo Pai, Deus, única força reconhecidamente livre e poderosa, que criou e assiste todas as coisas geradas no Seu seio. Ninguém vive à parte do Criador.

Se, porventura, alguma alma fosse desligada da fonte universal, ela pereceria, porque vivemos e nos alimentamos nela. As variações de raças que existem não impedem a nossa irmandade e nos favorecem numa tônica altamente grandiosa, por constatarmos a grande inteligência d'Aquele que nos fez.

Todos os homens são irmãos em Deus, certamente que o somos, e são esses laços de originalidade que nos levam a amar aos nossos semelhantes, depois que o nosso amor já provou a gratidão ao nosso Pai que está nos céus. Além da afinidade profunda com os nossos semelhantes, a palavra irmão não se aplica somente no reino dos homens; ela avança e domina todos os reinos da natureza, naquele aconchego eterno, porque entre os homens e eles se processa uma troca interminável de valores, que amplia cada vez mais as forças que nos sustentam a todos. E saindo da faixa em que vivem, os homens podem regalar-se, por serem, igualmente irmãos dos anjos, agentes divinos do Senhor, que trabalham e alimentam a vida em todas as direções do infinito.

A humanidade atual está ansiosa para conhecer o desconhecido. Na verdade, terá sempre o desconhecido pela frente, porém, devemos trabalhar para desvendar os segredos da Divindade, sem deixar a porta de entrada mais próxima e verdadeira, para buscar entradas distantes e ilusórias. A ciência exterior é de grande valor e deve ser pesquisada, mas, a porta de ouro por onde deves entrar, na senda da busca, não está fora, mas dentro de cada criatura; não está longe, mas ao toque das mãos. Deus colocou a g ema da vida vibrando em cada criatura, com a perfeição das Suas próprias mãos; nunca fez algo imperfeito, por ser Deus.

Todas as divisões que existem na casa maior partem da mesma fonte, nasceram de um só elemento primitivo, que o cinetismo cósmico faz transformar em espécies diferentes, para que o belo se expresse com todo vigor, em nuances indescritíveis, na lavoura do Senhor. Eis aí a igualdade de tudo que vive e se manifesta no universo. No esquema divino ninguém está perto ou longe; todos estamos na eternidade juntos, vivendo e desfrutando da vida do grande Foco Universal, como filhos da Luz.

A lei de amor nos prova o quanto temos em comum com os nossos semelhantes, como as necessidades que temos das vidas dos outros, na Terra e nos Céus. Onde se vive melhor é onde existem mais Espíritos reunidos e despertos para o bem da coletividade. A separação nos traz a carência de muitos valores e o egoísmo nos atrofia, o orgulho nos cega, e o ódio nos faz esquecer a esperança no futuro. Precisamos e temos necessidade de viver juntos, e desse encontro com os nossos semelhantes, se processa uma troca de experiência, que abre nossos caminhos ao alcance da paz. Somente a ignorância induz a criatura à separação.

A vida exterior é de grande importância para todos nós, onde quer que estejamos na escala de ascensão, todavia, se não passarmos pelos caminhos interiores, cheios de obstáculos e carregados de espinhos, não vamos ter olhos para ver o belo na feição do todo. Devemos repetir, quantas vezes nos convier, que todos somos irmãos em Cristo, filhos de Deus.

 

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