FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME I

 

Questão 22 comentada

CAPÍTULO 22

0022/LE

EXTENSÃO DA MATÉRIA

 

A dimensão da matéria é sobremodo difícil de ser explicada na linguagem terrena, por escapar das mais puras deduções que o pensamento humano pode atingir. A matéria bruta que podes apalpar, sentir e cuja forma podes ver é, pois, a mais baixa vibração que o agregado de energia pode tomar.

Às vezes, dois corpos materiais podem ocupar o mesmo lugar, por estarem cada um em uma dinâmica vibratória. Uma está expressa na forma e a outra, como fluidos sutis dentro da primeira. A ciência acabou provando que a própria luz é matéria, pela curvatura que faz ao passar por corpos sólidos e, se só matéria atrai matéria, ela não deixa de ser a própria matéria em outra dimensão, formando luz. Daí podes partir para outros estados da matéria na sua engenhosa purificação, sob o comando do progresso, que não deixa de ser trabalhada pelas mãos de Deus. O próprio perispírito tem muito de matéria. Mesmo dentro da sua sutileza espiritual, e para ser intermediário do Espírito ao corpo, é necessário que tenha nuances de matéria com anti-matéria.

A escala da evolução da matéria é muito extensa: o caminho conduzido pela evolução é de uma grandeza incomparável, no campo da literatura espiritual. Tudo que existe é concentração de energia, tudo que falamos, no mundo das formas, ela aí está concentrada por lei de afinidade, sob a ação da vontade de Deus. A ciência humana está à procura do elemento primitivo, de onde partiram todos os outros, pelo avançar e recuar dos fatos; entretanto, este elemento primeiro está longe das cogitações humanas. Se o macro é infinito no seu avanço cósmico, o microcosmo tem o mesmo destino. As áreas de estudo oferecem a todos os sábios intermináveis lições, de maneira a mostrar a todos eles a sabedoria de Deus e a bondade de Seu terno coração.

Tudo no mundo material e espiritual se encadeia; uns estão ligados aos outros por fios tenuíssimos, imperceptíveis pelos homens e que a própria ciência desconhece. A matéria, mesmo a que chamamos de forma impenetrável, guarda segredos que os homens do amanhã reconhecerão. Ela também evolui, despertando algo dentro de si que a purifica, tomando novas dimensões e sensibilizando sua própria estrutura. É como, se pudéssemos dizer, a matéria se intelectualizando no perpassar do tempo e na extensão infinita do espaço.

A própria aura que circunda os corpos físicos é matéria quintessenciada, em vibrações tais, que chegam a causar luminosidade em torno dos corpos físicos de onde ela promana. E um empuxo do progresso das formas, que alcança outro estado de existência. Daí é que devemos ter o maior respeito por tudo o que existe no universo, em todas as faixas que conhecemos, por se tratarem de vidas criadas em estados diferentes, pela bondade e misericórdia de Deus.

Se nada existe sem a Sua vontade, qual o nosso dever diante dela? Eis porque Jesus nos pede para amarmos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. O nosso próximo é tudo o que existe ao nosso derredor, porque nada há sem vida, e sempre dentro das formas vibra algo espiritual a convidar o seu corpo, seja ele qual for, para as linhas da perfeição, para a grandeza espiritual.

O Espírito desce na matéria palpável e visível, em busca de seu desprendimento e, para tanto, usa como laço intermediário a própria matéria purificada. Por que isso? Devemos responder que ainda é segredo que se esconde, por respeito a nossa evolução. O que podemos dizer, para que não fique sem resposta, é que o Espírito reencarna porque Deus quer e acha conveniente.

 

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