FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIX

 

Questão 952 comentada

CAPÍTULO 34

0952/LE

VÍTIMAS DE PAIXÕES

 

O ser humano, vítima de paixões que ele mesmo desenvolve na sua vida, pratica um suicídio, à procura da sua própria satisfação material que, no entanto, são ilusões passageiras que não o levam a nada de concreto para a sua paz espiritual. Esse é, pois, um suicídio moral, capaz de embotar a alma para o conhecimento da verdade, e traz consigo conseqüências desastrosas no campo da mente, que irão refletir-se no soma.

O homem é duplamente culpado pela falta de resistência na escolha das decisões e pela falta de fé no Criador, todavia, Deus, o Todo-Amoroso e Santo, usa todas as oportunidades como lições em que o Espírito poderá entender seus desvios, palmilhando depois por caminhos mais acertados, onde o bem e o amor consubstanciam-se em caridade que lhe podem salvar.

O suicídio moral, que tem suas raízes nas paixões interiores, é bem pior que o violento, no qual a vítima quase não pensa e é quase um ato de loucura. Não obstante, suicídio é sempre suicídio, embora cada qual tenha o seu peso de responsabilidade. Convém notar que a alma despertada deve compreender o valor da oração e da vigilância, para não cair nessas tentações.

O suicida moral tem tempo de refletir sobre seu ato, é por isso que ele é mais culpado pelo que faz da sua vida física. A Doutrina dos Espíritos é um amparo para toda a humanidade, por trazer ao homem com tendência suicida, por intermédio da mediunidade, as experiências dolorosas dos desertores da vida, servindo-lhe de sinal vermelho, ponto de meditação. Quantos e quantos deixaram de praticar o suicídio, lendo essas mensagens!

Ajudemos a quem tem idéias de cortar o fio da vida na carne pensando fugir ao sofrimento. Isso constitui ilusão; os sofrimentos duplicam, porque a consciência é um tribunal implacável, a cobrar do suicida a todos os momentos, sem piedade. Porém, Deus é tão bom que favorece a eles a oportunidade de novas reencarnações para se refazerem e se limparem dos fluidos drásticos das revoltas no campo dos sentimentos.

A culpa dos suicidas é proporcional aos sentimentos que os acompanham neste gesto nefando. Por vezes, alguém se suicida pensando que a sua atitude ficará em segredo. Como se engana! Nada há secreto que não venha a ser conhecido. Deus tem condições de registrar tudo no livro da vida, para depois nos mostrar, de modo que sirva de lições para o nosso adiantamento espiritual.

Nada há oculto, que não haja de manifestar-se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado. (Lucas, 8:17)

Como esconder, se Deus está em toda parte, com todos os meios que desconhecemos, para registrar os nossos feitos? Somente iludimos a nós mesmos. Somos vítimas das nossas paixões em todas as circunstâncias em que as praticamos. Somente a verdade ficará de pé; as mentiras são ilusões, para nos dizer que existe a verdade.

Toda culpa, devemos repetir, é proporcional à falta, assim na Terra, assim no mundo dos Espíritos. Nós outros, aqui no mundo espiritual, estamos igualmente trabalhando para o aperfeiçoamento e a cada passo aprendemos algo que nos mostra a distância que estamos da perfeição. Pensamento reto e vida reta, somente o tempo e os nossos esforços podem nos conferir.

 

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