FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIX

 

Questão 940 comentada

CAPÍTULO 22

0940/LE

VIVER JUNTOS

 

Viver juntos é tarefa árdua, por estarem os homens em nível de provas e expiações. Quase sempre não estão em sintonia perfeita uns com os outros, e nesta falta de simpatia é que vêm os desencontros espirituais. O que fazer neste caso? Daí é que surgem as oportunidades valiosas para o desabrochar dos valores espirituais que dormem dentro de cada um, bem assim para sentir a assistência dos benfeitores da vida maior, capaz de nos ajudar a acordar os tesouros na intimidade dos corações.

Segue-se daí, que o mundo é uma escola de vida, que serve à ascensão do Espírito, de modo que esse reconheça e viva a verdade. Viver juntos, na atmosfera terrestre, pode ser muita coisa, como reajuste do casal, bem como dos filhos, se os tiver, bem como de parentes e amigos. São processos de despertamento das almas, no que tange à evolução.

O espírita deve conhecer essas faces da vida; é sua obrigação recolher todas as forças na fonte interna dos sentimentos e compreender o que deve ser feito para a paz do lar e o comportamento correto dos filhos. Quem se desespera, acende fogo na lenha dos próprios sentimentos em desacordo. Deve procurar a solução no Evangelho de Jesus, que Ele, além de ser a vida, é a verdade e o caminho para todos nós. Negá-Lo, é desprezar a felicidade.

A consciência em Deus nos pede paciência, trabalhando sempre para o aperfeiçoamento das nossas qualidades, que não se encontram longe, mas vivem no íntimo de nós mesmos. As uniões desencontradas são testes na avaliação das forças. Quem não as teve? Todos, em várias vidas que se sucederam, se não neste mundo, em outros, mas o processo é sempre o mesmo em toda a parte. Fomos criados iguais, por isso somos todos irmãos, essa é a verdade.

Não existe ninguém que comece a amar com perfeição logo nos rudimentos da vida. Ele se inicia pelo interesse, depois passa pela necessidade, depois paixão, e vai se elevando até atingir o amor verdadeiro, obedecendo à lei universal que nos dá a vida. A vítima que pensamos ser aquela que sofre mais nessas uniões em desencontro, é a que mais precisa acordar, pois ninguém recebe o que não merece.

Sendo lei da justiça, estamos todos no aprendizado da vida, recebendo somente o que suportamos e enriquecendo o nosso celeiro cada vez mais. Aquilo que semeamos, colhemos onde estivermos. De fato, sofremos resgatando feitos e acordando valores como processos de elevação, no entanto, tudo isso não fica perdido na escrita divina; no somar das coisas em nossos caminhos, vem o resultado pelas mãos de Deus, aquilo que nos convém, pelo amor d'Aquele que tudo fez com justiça em nosso favor.

Deus não deixa Seus filhos entregues aos vendavais das agressões, sem que esteja dirigindo os nossos destinos. Não deves temer os acontecimentos, porque Jesus, como Pastor do rebanho que se encontra na Terra, sabe o que fazer em todas as circunstâncias, e nunca pediu opiniões aos doutos do mundo, sobre como deveria proceder.

Quando precisares de ajuda, recorre a Deus, Aquele que criou todas as coisas e é consciente de todos os teus atos. O Espírito, com efeito, somente desperta seus valores pela dor, sem exceção e ela se divide em milhares de feições, de acordo com as necessidades de cada alma. Porém, nunca vêm aos nossos ombros os fardos que não suportamos.

O equilíbrio procede da fonte criadora, e é por isso que não devemos temer os acontecimentos em nossos caminhos. Somos todos servos de Jesus, e Ele nos pede, na posição que ocupamos, de já um pouco despertos, para amarmos a Deus em todas as coisas, para sermos bem-aventurados.

Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. (Mateus, 24:46)

Ou seja: trabalhando na intimidade, na reforma moral em todos os seus pontos cardeais, de modo que a luz de Deus, sendo a usina central de todas as vidas, possa ceder luz, na sustentação para a eternidade. Nesse clima de fraternidade, passamos a viver juntos com verdadeiro amor. O que passamos antes foi necessário ao aprendizado como processo de despertamento para a vida maior, quando a consciência permanecerá imperturbável, mesmo dentro das maiores lutas.

 

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