FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIX

 

Questão 928 comentada

CAPÍTULO 10

0928/LE

VOCAÇÃO NATURAL

 

Há grande necessidade de o Espírito seguir a sua vocação natural, aquela que ele traz na sua consciência, determinada pelas suas necessidades espirituais. Compete aos pais reforçarem essa vocação quando descoberta, no sentido de que o filho caminhe com os seus próprios pés.

Quando certas circunstâncias torcem os sentimentos, tudo dá errado na vida da alma. Se um Espírito tomou um corpo para seguir a carreira da medicina, e por tais ou quais meios humanos vai para o campo, certamente que sofrerá intimamente a falta do ambiente da medicina. Quando se dá o contrário, ele fica deslocado no meio dos seus colegas. Cada qual deve, por lei maior, situar-se em seu lugar, no sentido de que a própria consciência lhe dê o amparo.

Cumpre salientar que Deus não deixa de ajudar jamais, mesmo aos que trocam de posição no mundo. Tudo se confunde no amor, onde nascem lições imortais para o celeiro da vida. O melhor é fazer qual os antigos: primeiramente, ensinavam ao filho uma profissão, fosse esse filho da mais baixa escala da sociedade, ou da mais alta posição social, para depois seguir o que a ele mais interessasse na vida. Ficava, assim, a profissão simultânea à condição de doutor para o caso de precisar colocá-la em uso, como no caso de Saulo de Tarso, que era tecelão e doutor da lei.

A sociedade humana já descobriu que deve colocar o homem no lugar da sua vocação natural, tanto que criou os testes vocacionais, que favorecem uma orientação mais acertada ao jovem. A vocação, muitas vezes, se mostra estuante interiormente, evidenciando--se exteriormente, por isso é que uns não precisam de testes, enquanto outros buscam nele sua conscientização para serem mais bem entendidos e sentirem mais segurança nos seus caminhos.

O Espírito evoluído é qual o diamante jogado na lama, que nunca deixa de ser uma pedra preciosa. Geralmente o Espírito de alta hierarquia reencarna em meios difíceis de vida, no entanto, ele supera todas as dificuldades e passa a atender sua vocação de estadista, de cientista, de escritor etc., sempre em liderança, dando aos outros o que ele veio para distribuir por amor.

Quando a alma não tem certos recursos para estimular a si mesma na sua vocação, a idéia dos pais tem grande influência no seu destino, e seus genitores, se desviarem o filho da sua vocação natural, não vão desfrutar da alegria de ver e sentir a sua felicidade, por estar ele colocado em lugar em que não deveria. Eles sofrerão as conseqüências, no entanto, em todos os caminhos as lições são visíveis, porque vai se cumprir a lei que assim se expressa:

Nada se perde na escola divina.

Se um filho de um homem douto ou, mais acertadamente, de um industrial que tem grandes possibilidades financeiras passar a fabricar tamancos por prazer à profissão, isso não tem nada a ver com a sua posição. É uma profissão honesta, no entanto, ele rompe os limites dessa profissão e busca, e deve buscar, uma compatível com a sua posição social, para completar seu avanço moral e espiritual, sentindo-se útil a si mesmo e à sociedade. A alma elevada não se sente inferiorizada com trabalho algum, fazendo tudo que queira, com perfeição e amor. O sol, como olho divino, não se sente diminuído por clarear o charco, os canais de esgotos, e mesmo as inferioridades humanas. Ele é um grande transformador cósmico, em que tudo por ele se transforma em belezas imortais.

Quando os pais compreendem bem a missão dos filhos, é porque esses filhos merecem essa compreensão; quando os filhos assimilam bem as orientações certas dos pais, é porque esses pais merecem essa compreensão. Assim, reportemo-nos mais uma vez, a Paulo:

Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco, (l Tessal., 5:18)

Estuda as grandes vidas, que verificarás que o Espírito iluminado que vem com uma missão à Terra, nada faz com que ele perca sua direção em todas as suas aptidões, que devem se expressar junto aos homens.

 

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