FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVIII

 

Questão 872 comentada

CAPÍTULO 05

0872/LE

AÇÕES HUMANAS

 

Sabemos a responsabilidade de escrevermos sobre "O Livro dos Espíritos", no entanto, nos propomos a fazê-lo no intuito de esclarecer cada vez mais as leis naturais que exercem total influência sobre todas as coisas, principalmente os Espíritos.

As leis existem por existirem almas para educar. Depois que as almas estiverem despertadas em todos os seus valores, elas serão as "leis andantes", que por toda parte somente farão a vontade de Deus.

As ações humanas e mesmo as espirituais, digamos dos Espíritos livres, partem de uma vontade que acionamos ou não, segundo nosso livre arbítrio. Existe, sim, uma programação de Deus; as leis de Deus agem por toda a criação e vivemos dentro dela. Estamos presos, ou somos escravos da lei.

Quando falamos em livre arbítrio, não quer dizer que somos totalmente livres, que nos é dado fazer o que quisermos, onde quer que seja. Nunca seremos livres de Deus. Ele nos dirige, através dos Seus emissários, educando nossas emoções e disciplinando nossos impulsos. Nós temos liberdade para escolher o que o Senhor achar mais conveniente. O ignorante não pode ter livre escolha em tudo que deseja. Já pensaste se os encarnados, todos eles, pudessem escolher à vontade o tipo de vida que desejam e tudo o mais? A própria lei humana corta seus interesses, pela disciplina, e por vezes a consciência não concorda, e a consciência é Deus nos convidando para o amor.

Para que entendamos o livre arbítrio, é necessário mais despertamento espiritual, nos caminhos que percorremos. É preciso orar e vigiar mais, que os ensinamentos da vida surgirão gradativamente para o nosso bem-estar.

A fatalidade existe em relação a algumas coisas, como já foi dito; em outras, pode ser modificada pela misericórdia divina, inspirada na fonte do amor. A desencarnação é uma fatalidade, por ser imutável e certa, como o nascimento na faixa em que se encontra o homem. A vida é uma fatalidade e, queiramos ou não, temos de viver. Por esta visão das coisas, podemos reconhecer outras, mas a condição moral muda por fora, se mudada por dentro da vida, na intimidade dos corações. Quem faz a fatalidade são os erros, os procedimentos inferiores, as paixões.

Vamos ouvir Paulo falando aos Romanos, no capítulo sete, versículo dezessete:

Neste caso, quem faz isto não sou mais eu, mas o pecado que habita em mim.

São as ações humanas, os feitos que se acumulam na consciência, tornando-se fatalidade. As sementes plantadas dão frutos. O homem não é uma máquina como as dos homens. Certamente que não, porque as máquinas foram feitas por ele e o Espírito, por Deus. A diferença é muito grande em todas as seqüências da vida. A idéia de Deus neste sentido ainda não penetrou a mente humana, e quase sempre os seres humanos entram em contradição acerca do livre arbítrio, porque diante de Deus e das Suas leis somos servidores para sempre. As faltas que cometemos têm por fonte única a ignorância. Quando aprendermos o mal que ela nos causa, será pela inteligência que iremos nos afastar delas, passando a viver somente a verdade que tem o condão de nos dar a liberdade.

Oremos e confiemos, procuremos fazer a vontade de Deus, se a capacidade suportar, que o resto virá por misericórdia, onde o amor será sempre o canal de Deus para Seus filhos do coração.

 

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