FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVII

 

Questão 858 comentada

CAPÍTULO 42

0858/LE

TEMER A MORTE

 

A verdade é sempre agradável aos que se encontram preparados para recebê-la. Os que pressentem a morte, reconhecem internamente que escolheram aquele tipo de desencarnação e, por vezes, sentem-se aliviados quando ela dá demonstração de que está chegando. Morrer, para o Espírito que cumpriu sua missão na Terra, é um prêmio.

Muitos dos que temem a morte, é porque não cumpriram a obrigação que assumiram no plano do Espírito e procuram por todos os meios viver para terminar sua tarefa. Uma quantidade enorme de almas consegue adiar o momento da morte, para completarem sua tarefa, mas tornam a se esquecer dos compromissos assumidos.

É muito difícil a conscientização completa dos deveres. As religiões estão incumbidas de despertar seus fiéis no sentido dos deveres ante as leis espirituais, mas, do modo que elas se encontram, estão igualmente esquecidas das suas obrigações de orientar seu rebanho. Cumpre com mais eficiência à Doutrina Espírita, através dos livros e mensagens mediúnicas, alertar aos companheiros espíritas para se lembrarem dos seus compromissos no que se refere à caridade, principalmente para consigo mesmos. Não restam dúvidas de que o ambiente do mundo é bastante negativo para que cumpram fielmente os deveres, no entanto, o nosso pedido é que se faça alguma coisa, mesmo que o encarnado não observe fielmente seus mandatos.

Quem teme a morte é o homem da Terra, pelo condicionamento em que se encontra, principalmente os que gozam as ofertas da matéria. As paixões escurecem a razão no sentido espiritual. O Homem-Espírito não teme o momento de partir para o lugar de onde veio, principalmente aquele que fez o que deveria realizar pela sua libertação espiritual.

O homem inteligente e espiritualizado compreende que a morte é libertação, mas, da criatura que não pensa no Espírito, dizendo que não lhe sobra tempo para tal conhecimento, o tempo mesmo se encarrega. Não é preciso que julgues essas criaturas; há época para tudo na vida, tanto para plantar, quanto para colher.Eles próprios estão se condenando e não devem receber condenação de ninguém. Paulo, quando escreveu a Tito, assim disse em sua carta, no capítulo três, versículo onze:

Pois sabeis que tal pessoa está pervertida e vive pecando, e por si mesma está condenada.

As pessoas que estão pervertidas e que, por vezes, têm boa saúde, boas relações e bens materiais, Deus está esperando como filhos pródigos a voltarem para a casa. A hora do chamamento chega mais rigorosamente e não precisa dos seus irmãos as violentarem para que elas sofram mais depressa a corrigenda. Deus estabeleceu leis para corrigir e educar a todos. Se Jesus não quis condenar a mulher adúltera, como nós, Espíritos endividados com a lei, vamos ser juizes de um procedimento que também já tivemos no passado?

Os que temem a morte, por vezes com escândalo, desconhecem a sua função na vida. A desencarnação é uma lei natural; tudo muda, tudo se transforma, mas nada desaparece. A Doutrina Espírita veio nos ensinar a encarar face a face a morte e vencê-la, compreendendo que tudo é vida e que ninguém morre, não somente o homem, mas todas as coisas. Até o próprio vírus, sai de uma forma para entrar em outra, e é nesse entrar e sair que ele se aprimora cada vez mais.

Disse o benfeitor espiritual, certa feita, a Allan Kardec, que ele também, Kardec, já tinha sido átomo. Por aí vemos que as transformações são necessárias para que possamos encontrar a vida cada vez mais bela, como flor de Deus, a perfumar os caminhos por que percorremos.

 

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