FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVII

 

Questão 836 comentada

CAPÍTULO 20

0836/LE

DIREITO DO HOMEM

 

O maior direito do homem é a obediência às leis de Deus. Quando se foge a isso, responde-se pelos desvios da harmonia divina e as conseqüências produzem lições inesquecíveis. É para tanto que o Senhor deixa acontecer, no sentido de disciplinar, instruindo cada criatura naquilo que ela tem o direito de aprender.

O homem, e mesmo o Espírito fora da carne, não é dono dos seus próprios pensamentos, por não os governar do modo que deseja. Qual a alma que pode suspender seus próprios pensamentos, deixando de pensar? Quem pode intervir na consciência de modo que ela deixe de emitir seus pareceres a respeito do que faz?

O pensamento vem de Deus, vibrando na sua pureza original, e ao nos ser legado, compete-nos inocular nele os nossos sentimentos, as nossas vibrações pessoais, transformando-os em idéias e essas, em fala, como sementes que passamos a semear. Tudo pertence a Deus, e somente Ele pode fazer o que deseja que seja feito. Meditemos em Paulo, quando escreveu aos Romanos, no capítulo treze, versículo três: Porque os magistrados não são para temor quando se faz o bem e, sim, quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terá louvor dela.

No caso em referência, a autoridade maior para nós é a consciência; se não queremos temê-la, respeitemo-la, somente fazendo o bem, porque ela é agente de Deus dentro de nós, como um tribunal interno, nos ajudando na iluminação. Aquele que não teme a si mesmo, o que mais pode temer? Quem se encontra em paz consigo mesmo, fica em paz com Deus e com tudo o que o rodeia.

O direito do homem é cumprir seus deveres ante a paternidade universal. O compromisso que assumimos com a própria consciência é amar ao Senhor em todas as coisas, porque somente o amor salva e dá direito ao homem de ser luz onde quer que seja. Não podemos interferir nos nossos pensamentos no que toca à suspensão dos mesmos. A nossa parte é, pois, plasmar neles o que pretendemos como sementes, de luz ou de trevas. Porém, colhemos o que semeamos.

A consciência tem sua plena liberdade, liberdade essa que vem de Deus, tendo Ele a nos olhar por esse canal honesto que nunca erra. Querer negar essa liberdade é o mesmo que intentar apagar o sol com os dois dedos, como se usava para apagar o pavio de um candeeiro. Jesus já nos ensinou como viver bem com a consciência, que é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Eis aí toda a lei e os profetas, e tudo que se possa pensar e sentir da vida.

Se quisermos viver bem, façamo-lo onde estivermos; se pretendemos receber amor, amemos. O que desejamos para os outros é o de que precisamos para nós.

 

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