FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVI

 

Questão 808 comentada

CAPÍTULO 43

0808/LE

RIQUEZAS

 

Sempre existiu a desigualdade em tudo, e as riquezas não podem deixar de compartilhar deste "tudo". É notório que se observa em toda parte a desigualdade de riquezas. É muito difícil saber se uma riqueza tem boa procedência. Não raro, elas nascem da corrupção; quando não de um, têm raízes falsas em outros. O que deve fazer o homem é, quando as riquezas caírem em suas mãos, seja de qualquer procedência, procurar aplicá-la bem, para que possa ressarcir, ou ajudar a ressarcir erros.

O dinheiro em si não é bom nem mau; ele faz o que a mente deseja que se faça com ele. Conhecemos muitos ricos que podem entrar no reino dos Céus. A história nos conta do desprendimento de muitos ricos em favor dos que sofrem o peso do carma que os guia para o cumprimento da justiça.

Os homens precisam, e muito, de se educarem no campo da honestidade. A falta dela é que os leva aos distúrbios morais, principalmente os que dirigem os povos. Eles brincam com os destinos dos homens, mas a reencarnação os conduz para lugares bem piores que os que sofrem com a sua desonestidade, onde se vêem o pranto e o ranger de dentes.

Não devemos brincar com as leis de Deus, que são justas e eternas. São elas generosas, mas enérgicas com aqueles que as desrespeitam. As riquezas são testes para todas as criaturas e povos. Não faltaria dinheiro em país nenhum, se fossem os povos equilibrados nos seus comportamentos, nos seus pensamentos, se direcionassem bem suas ações. O povo tem o governo que merece, é certo, todavia, o governo tem o povo que se encontra na sua faixa de conduta. Se queremos saber o que é um, estudemos o outro. Modificando-se a mentalidade do povo, o que somente o Evangelho pode fazer, aparecerá por encanto um governo justo e correto. Nós estamos constantemente pedindo a Deus o mal, porque pensamos e fazemos mais mal do que bem. Os governos pedem para seus governados o que eles pensam e fazem. Assim lhes será dado, por haver leis que asseguram o "pedi e obtereis".

Vamos observar Lucas em seus apontamentos, no capítulo onze, versículo onze:

Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra?

Se os filhos de uma nação bem estruturada pedem ao governo, pelas suas ações ante seus compromissos como cidadãos, alimento, teto e toda ordem de melhoramento, alimento moral em todas as suas circunstâncias, esse pai que se afigura como governo dessa nação, não fará outra coisa a não ser ofertar-lhes o melhor ambiente de paz com tudo o de que precisam.

Entretanto, o que se vê são milhões de criaturas em toda parte desarmonizando os países, em roubos, crimes, assassinatos de todas as ordens, abortos de todos os tipos, mentira e falsidade em todas as direções, guerras sem tréguas em quase todos os países, usura em todos os povos, orgulho e egoísmo em quase todas as criaturas. O que elas estão pedindo a Deus? Os governos têm de gastar quase todos os recursos com armas e com o sustento dos exércitos e policiais, para manter uma paz precária entre si mesmos. De quem é a culpa?

A desigualdade é, pois, uma doença crônica, que um conjunto de conceitos conhecido como Evangelho age como medicamento curativo para todos esses males, na medida que fosse vivido. As religiões, assim como os religiosos, têm o dever de fazer conhecido esse livro, assim como trabalharem nas mentes dos povos pelo exemplo.

A Doutrina Espírita tem o maior compromisso com o Cristo, de educar e instruir as criaturas. Para começar, o homem deve usar bem as riquezas, surgindo daí o equilíbrio de todos os povos, para que o amor sem barreira seja o clima de todos os corações que pulsam na Terra.

 

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