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RIQUEZAS
Sempre existiu a desigualdade em tudo, e as riquezas não podem deixar de
compartilhar deste "tudo". É notório que se observa em toda parte a
desigualdade de riquezas. É muito difícil saber se uma riqueza tem boa
procedência. Não raro, elas nascem da corrupção; quando não de um, têm
raízes falsas em outros. O que deve fazer o homem é, quando as riquezas
caírem em suas mãos, seja de qualquer procedência, procurar aplicá-la bem,
para que possa ressarcir, ou ajudar a ressarcir erros.
O dinheiro em si não é bom nem mau; ele faz o que a mente deseja que se
faça com ele. Conhecemos muitos ricos que podem entrar no reino dos Céus.
A história nos conta do desprendimento de muitos ricos em favor dos que
sofrem o peso do carma que os guia para o cumprimento da justiça.
Os homens precisam, e muito, de se educarem no campo da honestidade. A
falta dela é que os leva aos distúrbios morais, principalmente os que
dirigem os povos. Eles brincam com os destinos dos homens, mas a
reencarnação os conduz para lugares bem piores que os que sofrem com a sua
desonestidade, onde se vêem o pranto e o ranger de dentes.
Não devemos brincar com as leis de Deus, que são justas e eternas. São
elas generosas, mas enérgicas com aqueles que as desrespeitam. As riquezas
são testes para todas as criaturas e povos. Não faltaria dinheiro em país
nenhum, se fossem os povos equilibrados nos seus comportamentos, nos seus
pensamentos, se direcionassem bem suas ações. O povo tem o governo que
merece, é certo, todavia, o governo tem o povo que se encontra na sua
faixa de conduta. Se queremos saber o que é um, estudemos o outro.
Modificando-se a mentalidade do povo, o que somente o Evangelho pode
fazer, aparecerá por encanto um governo justo e correto. Nós estamos
constantemente pedindo a Deus o mal, porque pensamos e fazemos mais mal do
que bem. Os governos pedem para seus governados o que eles pensam e fazem.
Assim lhes será dado, por haver leis que asseguram o "pedi e obtereis".
Vamos observar Lucas em seus apontamentos, no capítulo onze, versículo
onze:
Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir um peixe, lhe dará em
lugar de peixe uma cobra?
Se os filhos de uma nação bem estruturada pedem ao governo, pelas suas
ações ante seus compromissos como cidadãos, alimento, teto e toda ordem de
melhoramento, alimento moral em todas as suas circunstâncias, esse pai que
se afigura como governo dessa nação, não fará outra coisa a não ser
ofertar-lhes o melhor ambiente de paz com tudo o de que precisam.
Entretanto, o que se vê são milhões de criaturas em toda parte
desarmonizando os países, em roubos, crimes, assassinatos de todas as
ordens, abortos de todos os tipos, mentira e falsidade em todas as
direções, guerras sem tréguas em quase todos os países, usura em todos os
povos, orgulho e egoísmo em quase todas as criaturas. O que elas estão
pedindo a Deus? Os governos têm de gastar quase todos os recursos com
armas e com o sustento dos exércitos e policiais, para manter uma paz
precária entre si mesmos. De quem é a culpa?
A desigualdade é, pois, uma doença crônica, que um conjunto de conceitos
conhecido como Evangelho age como medicamento curativo para todos esses
males, na medida que fosse vivido. As religiões, assim como os religiosos,
têm o dever de fazer conhecido esse livro, assim como trabalharem nas
mentes dos povos pelo exemplo.
A Doutrina Espírita tem o maior compromisso com o Cristo, de educar e
instruir as criaturas. Para começar, o homem deve usar bem as riquezas,
surgindo daí o equilíbrio de todos os povos, para que o amor sem barreira
seja o clima de todos os corações que pulsam na Terra.
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