FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVI

 

Questão 805 comentada

CAPÍTULO 40

0805/LE

FACULDADES ADQUIRIDAS

 

As faculdades adquiridas pelas almas não são esquecidas em tempo algum, mesmo que estas voltem à carne pela lei da reencarnação, e não possam expressar seus valores, com toda a plenitude, por provações ou opção. Elas guardam no centro da vida o que aprenderam por experiências.

Não existe regressão do Espírito; o que dá a impressão de recuo é o fato de que ele veste uma roupa carnal, deformada pela sua própria escolha e exigência cármica. Pode, bem assim, reencarnar em mundos inferiores, com a tarefa de ajudar aos que ali se encontram em estado de sono. Os superiores têm o dever universal de dar as mãos a quem se encontra na retaguarda.

O Espírito, ao passar de um mundo superior para um inferior, conserva sua superioridade, mas nem sempre pode expressá-la no seu todo, nas suas andanças como mestre e guia. Todavia, o que ele adquiriu, isso ele nunca perde e ninguém toma; é conquista dos seus esforços individuais, é tesouro divino que a eternidade sabe conservar em seu coração.

Num exemplo bem singelo, quando se vai em busca de alguém que se interessa proteger, em cadeias, hospitais ou outros lugares onde há muitas provações, não se perde os valores morais e espirituais. é o que se passa com os Espíritos benfeitores, que descem de planos superiores para nos assistirem nas nossas necessidades. Eles conservam seus valores, mesmo trabalhando nas sombras. Assim se passa com as almas redimidas que aceitam, ou escolhem, a tarefa de ajudar aos homens, por vezes os mais ignorantes. As aptidões por eles adquiridas são luzes benfeitoras que servem para clarear os que vivem ainda no escuro, dirigidos pela ignorância.

A diversidade de aptidões corresponde ao despertamento das qualidades gradativamente. É uma lei natural que se processa em todas as criaturas de Deus, pela presença do amor universal do Criador. O tempo é muito importante para o despertamento dos valores espirituais nas almas. Depois que os Espíritos despertarem todos os seus valores, aí ocorre a grande transformação em suas vidas; desaparece dos seus caminhos o próprio tempo, e o espaço deixa de existir. Eis aí o Espírito se libertando das leis das quais não mais precisa. A fé avoluma-se de tal forma na alma, que acontecem muitas maravilhas, como Marcos anotou no capítulo onze, versículo vinte e três:

Porque em verdade vos afirmo, que se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te ao mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele.

Com o desabrochar dos talentos internos do Espírito, surge nos céus da consciência um sol que se chama Fé, força poderosa que Jesus usou muito na Terra, quando teve que curar os enfermos e levantar os caídos, mostrando ao povo a presença de Deus no coração do homem, pela fé. Deus permitiu que os homens, em graus diversos, manifestassem seus dons, e sentissem que dentro de si existem todos os recursos de vida. No futuro, pelo poder da fé, veremos que poderemos ser o nosso próprio médico, porque da nossa mente partirão ordens de harmonia que os corpos obedecerão na fluência do nosso verbo de luz.

Se sabemos que nada perdemos do bem que adquirimos, qual o nosso dever? Trabalhar para despertarmos novas aptidões e exercitá-las onde quer que estejamos, em forma de caridade, onde não falte o amor ensinado pelo Divino Mestre de todos nós, Jesus Cristo.

 

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