FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVI

 

Questão 804 comentada

CAPÍTULO 39

0804/LE

APTIDÕES DIFERENTES

 

Deus, sendo justo, criou todos iguais, com as mesmas aptidões. As desigualdades que se vêem, existem porque os Espíritos se encontram em escalas diferentes uns dos outros. Toma-se necessário que compreendamos essas diferenças pela maturidade da Espírito.

As aptidões diferentes não são doadas por Deus a uns e a outros não. Nós recebemos os dons e temos que desenvolvê-los. Se se precisa de algo que só o próximo pode proporcionar, é porque ainda se carece do desenvolvimento de certos dons. A força da necessidade faz com que nasça a amizade, que leva ao amor que irá gerar fortes laços de união.

Se todos já tivessem seus dons despertados, o egoísmo e o orgulho poderiam se alastrar com muita facilidade nos corações, porém, as aptidões são diversas, e sempre nos falta algo que encontramos em outros. Eis porque vivemos em sociedade. Mesmo o egoísta não deseja viver isoladamente, e o orgulhoso quer estar sempre rodeado de admiradores.

O progresso só acontece com os homens vivendo em sociedade. Um cientista precisa de todos aqueles que o rodeiam para as suas devidas experiências. Assim acontece em todos os segmentos da comunidade. Ninguém pode viver sozinho, nem os animais, nem as plantas. O próprio corpo humano é uma sociedade de órgãos que devem trabalhar em harmonia, para que a paz se instale no complexo humano. Para se formar um lar, é preciso mais de uma pessoa, e somente o amor tem o condão de ensinar os familiares a viverem em paz espiritual.

As aptidões diferentes obrigam os seres humanos a viverem em conjunto, no entanto, em se reunindo, pode haver, e sempre há, posicionamentos que geram inimizades, e para tanto, é necessário que se busquem recursos no Cristo, para apaziguar os ânimos. É bom que busquemos primeiro a oração, para que o ambiente melhore e surja o perdão. Observemos as anotações de Marcos, no capítulo onze, versículo vinte e cinco, assim nos informando das palavras do Mestre:

E quando estiverdes orando, se tendes alguma cousa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai Celestial vos perdoe as vossas ofensas.

O homem superior esquece todas as ofensas, mas o inferior ainda guarda mágoas que o fazem sofrer. O perdão é terapia divina, na divina expressão de amor. Assim, também, a fraternidade.

Não devemos maltratar o próximo, pois ele tem muito a nos dar, e que ainda não despertou em nossos corações. Somos todos iguais, pela fonte que nos gerou, e o Criador não se esqueceu de nos ofertar todo o Seu amor, que multiplica virtudes e que individualiza dons espirituais, obrigando-nos às trocas de valores espirituais e morais, em gestos elevados, assegurando-nos a união com todos os seres e todas as coisas.

Quem na Terra não precisa dos outros reinos da natureza para viver? Eles nos ofertam tudo que podem, sem preço estipulado. Qual o dever do homem para com eles? Amá-los na profundidade do seu amor. Isto é amar a Deus em todas as coisas.

Todos os homens têm as mesmas aptidões; as diferenças que se observam é que uns já despertaram e outros estão ainda dormindo, mas, na verdade, todos eles serão despertados pela força do progresso, acionados pelas mãos do tempo. Deus criou todos iguais; o que ocorre é que uns estão ainda nascendo, outros na juventude, e outros já adultos. Quem tem olhos de ver, que observe e analise essas diferenças.

 

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