FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVI

 

Questão 793 comentada

CAPÍTULO 28

0793/LE

CIVILIZAÇÃO COMPLETA

 

Uma civilização completa , somente podemos reconhecê-la quando apresenta duas forças em harmonia: o desenvolvimento moral e o intelectual. A civilização que se educa nesses dois aspectos, faz desaparecer do seu seio as paixões inferiores que obscurecem todos os sentimentos da humanidade.

Nesse arrojo de vida pede-se a cada um o esforço próprio, para que esse esforço passe a ser coletivo, pertencente a todas as criaturas de Deus. O homem não pode nascer desde a primeira vez, pelas bênçãos da encarnação, já purificado, já tendo despertas em si todas as qualidades morais e tendências aperfeiçoadas em todos os rumos. Isto é fruto, como já falamos, do tempo, mas um tempo demorado, porque somos feitos iguais e a evolução acontece com todos, na seqüência das vidas sucessivas.

Quantos bilhões de anos não levou a Terra, esta simples casa de Deus, em comparação às outras mais velhas que bailam no espaço cósmico, no preparo, com a finalidade de facilitar a educação e instrução da humanidade? Deus tudo fez e espera pacientemente, por conhecer o ritmo da evolução.

Hoje em dia, quando se fala em um país "altamente civilizado", sabemos que nele proliferam as paixões mais tristes, o desregramento moral em todas as direções que uma inteligência mal formada pode conceber, faltando nas almas que compõem essa nação, o Evangelho de Jesus, único educador que assegura às almas a paz interior. Os homens aprendem alguma coisa e a aplicam na destruição, onde as dominantes são o orgulho e o egoísmo.

Todas as civilizações da Terra, algum dia, chegarão a se completar, de modo a podermos chamá-las de civilizações de luz, por se darem as mãos, por fundirem a educação dos sentimentos com a instrução. A humanidade, para ser realmente civilizada, na profundidade da palavra, deve banir do seu seio os vícios incompatíveis com a serenidade da alma. O egoísmo escurece todas as possibilidades valiosas dos Espíritos. A miséria humana se encontra sob a inspiração direta do orgulho e do egoísmo, geradores de todas as outras misérias dos caminhos humanos. Livrar-se deles é libertar o coração para a luz do Cristo.

Se se pretende aprender o desprendimento dos bens terrenos, é preciso buscar conhecer a história dos grandes personagens que deixaram rastros de luz nos seus caminhos, desprendendo-se das coisas transitórias, para valorizarem as eternas, os tesouros que existem no céu da intimidade.

Para se libertar de todos os sofrimentos, não se deve esperar um libertador exterior, como muitos o fazem; o Cristo interno é que comanda a liberdade divina. O povo sempre espera um libertador externo, de maneira a não exigir esforço próprio, pois ele fará tudo por todos. Como se engana a humanidade! Já na época de Jesus, muitos pensavam assim. Em João, no capítulo sete, versículo quarenta e um, ele assim se refere, para melhor esclarecimento nosso:

Outros diziam:

Ele é o Cristo; outros, porém, perguntavam:

Porventura o Cristo virá da Galiléia?

Todos os ensinamentos do Evangelho são de origem divina, que fazem entender a mensagem de Deus em todas as faixas evolutivas da Terra e dos planos espirituais. A Galiléia, e a descendência de Davi, estão, pois, na intimidade das consciências. Jesus é o despertador cósmico das consciências das almas, para que o Cristo nasça no coração de cada um. O Cristo volta, mas, desta vez, no mundo interno das criaturas, não de uma vez para todos, mas na gradação da escala a que pertence a alma. Jesus é o instrumento do preparo divino e humano de todos os povos.

 

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