FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVI

 

Questão 785 comentada

CAPÍTULO 20

0785/LE

OBSTÁCULO AO PROGRESSO

 

O maior obstáculo ao progresso são dois monstros que devoram a sociedade na atualidade, e mesmo sendo eles perseguidos pela filosofia cristã, ainda vivem em quase seu apogeu; no entanto, a sua glória é terrena e transitória. Esses dois monstros são o orgulho e o egoísmo.

O progresso moral tem sido atingido por estas duas forças das sombras, mas nunca interrompem sua marcha, por ser ela a força do próprio Criador, e lutar contra o Senhor é perder tempo. Por vezes, a marcha do progresso pode tornar-se mais lenta, pelos entraves criados pelos homens que ignoram a verdade, todavia, quando se faz necessário, o progresso moral quebra todos os obstáculos, desata todas as peias com que quiseram amarrá-lo, e feixes de luzes desimpedem todos os caminhos por processos variados, como flagelos, fome, guerras e, ainda mais, pelo anjo da dor.

O progresso intelectual vem sempre primeiro, pelos seus oferecimentos imediatistas, e os seres humanos, no estágio em que se encontram, são levados para o conforto exterior, que é o mais fácil, por não requerer renúncia. Abraçando o desenvolvimento intelectual, com o tempo o homem passará a sentir necessidade do aprimoramento espiritual, que lhe falta, no tocante à felicidade, a qual todos aspiramos.

Jesus foi, é e será sempre a nossa meta de luz, de modo a nos mostrar o equilíbrio da vida que viveu, ensinando o melhor para a nossa libertação. No plano espiritual, em todas as faixas de vida, exercitam-se os preceitos do Divino Amigo, porque os Seus ensinamentos têm o condão de desatar todas as amarras que impedem a marcha do progresso moral, que tem o poder de disciplinar, iluminando o intelecto.

O ignorante da vida espiritual se apega muito ao progresso intelectual, porque neste se vêem seus efeitos mais visíveis, por conseguinte, mais aceitáveis. O progresso moral é menos visível em seus resultados, mais demorados seus efeitos, mais difíceis seus frutos; assim, os imediatistas desistem de sua busca, mesmo que sejam incentivados para tal.

Meditemos em Paulo, em sua segunda epístola aos Coríntios, no capítulo quatro, versículo dezoito, nesta exposição de valores: Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que não se vêem são eternas.

A própria ciência, nos dias que correm, já descobriu que as coisas que não se vêem pelos olhos da carne, a olhos nus, são mais poderosas em todas as aplicações e, por vezes, são deduzidas das coisas que se vêem. Eis porque o progresso moral chega depois do material. Quando as que se vêem cansam com as suas ilusões, a alma passa a buscar as coisas eternas, que agradam ao coração e fazem livres os sentimentos.

Devemos compreender que nada impede a vontade de Deus. O mundo atual está passando por duras provações, pelo esquecimento do progresso moral, todavia, a natureza se encontra em reação, para ensinar a humanidade o que foi esquecido por ignorância ou conveniência. As lições não deixam de ser aplicadas aos filhos pródigos, para que eles voltem à casa paterna.

A Doutrina dos Espíritos tem a sagrada missão de mostrar aos homens a moral cristã na sua limpidez espiritual, para que sejam dominadas e expulsas todas as idéias das sombras, recamadas nas consciências pelas mãos duvidosas da ignorância. Nada vai se perder nem acabar, porém, o que vai acontecer é transformação, de modo que as próprias trevas darão nascimento à Luz.

 

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