FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVI

 

Questão 771 comentada

CAPÍTULO 06

0771/LE

FUGA DO MUNDO

 

Há muita diferença entre os que fogem do mundo para beneficiar a humanidade e os que entram em reclusão por motivos que o egoísmo inspira. São motivos pessoais, motivos ilusórios. Os primeiros são homens bem intencionados, que descem, muitas vezes, de altos postos já alcançados, para se misturarem com os sofredores, com os famintos, os nus e os encarcerados, levando para eles o consolo, a veste e o alimento. São esses os bem-aventurados. Eis aí onde não existe egoísmo, desaparecendo a vaidade. Nos segundos, o amor próprio entra em evidência, mostrando o que a pessoa é, na escala da vida.

Convém anotar que Jesus fugia do mundo de vez em quando, no sentido de buscar forças no Pai de todas as criaturas, para beneficiar a muitos, mas Ele não ficava na inatividade.

Os que fogem do mundo por instantes, para buscar conforto em favor dos que sofrem, têm duplo mérito: não ficam na ilusão, ao tempo em que colhem recursos para que a caridade se expresse pelos processos do amor.

Os que fogem das extravagâncias da sociedade não estão em recolhimento absoluto; eles se afastam dos grupos de pessoas que ainda não encontraram a verdade, e gastam seu precioso tempo no bem dos que realmente precisam de ajuda, aos que já compreendem o aproveitamento do tempo, na aquisição do bem eterno. Esses são bem-aventurados, por sentirem prazer em ajudar.

Toda religião, filosofia, e mesmo ciência, cujos alicerces não sejam baseados no trabalho não inspiram confiança, ainda mais, que esse trabalho seja para o bem da coletividade, porque o trabalho no bem, é o mesmo amor em função perfeita com a caridade.

Porque a nossa glória é esta:

O testemunho da nossa consciência. (II Coríntios, 1:12)

A nossa consciência em Cristo deve aprovar os nossos atos no mundo, provando assim que já alcançamos a verdade, passando a viver em harmonia com Deus. O que se movimenta na nossa intimidade é um mundo ainda desconhecido para a mente presente, em pleno vigor de vida de que o raciocínio nos dá notícia.

A grandeza dos nossos dons é sobremaneira incompreensível para as deduções comuns. Os poderes de Deus em nós estão se dilatando cada dia que passa, para corresponder à vontade do Criador. Tudo vem de Deus; até os nossos próprios pensamentos já vêm criados na maneira sutil, como hálito divino, chegando em nós com a predisposição de se tornarem idéias. é por isso que somos co-criadores da vida. Deus nos delega essa grandeza de participar com Ele na motivação da vida imortal.

Os companheiros que trabalham junto aos desvalidos, podem até serem diminuídos às vistas humanas; entretanto, eles crescem sempre com a modalidade simples de ajudar. Dentro deles vibra o amor, que não deixa de ser o céu, onde existe Deus em conexão divina com Jesus Cristo.

Aos espíritas, aos quais estamos falando particularmente, prevenimos que não devem se entregar ao egoísmo, ao isolamento das suas faculdades, mas usá-las para o bem que devem fazer em todas as direções. O tempo passa, e a oportunidade desaparece. Na nossa existência há muitos ensejos que devemos aproveitar na obra do bem, mostrando a Deus, mesmo que Ele já o saiba, que despertamos para os trabalhos de luz.

 

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