FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVI

 

Questão 770 comentada

CAPÍTULO 05

0770/LE

RECLUSÃO

 

O egoísmo se encontra em muitas faixas da vivência humana, e mesmo da espiritual. Ele é capaz de mover diversas dificuldades para se estabelecer como tal e, inspirando seu instrumento como sendo o amor, na verdade, ele não deixa de ser o amor, mas o amor próprio.

A alma que entra em completa reclusão, deixa de aprender muitas lições que a iriam instruir, crescendo para a vida maior. O egoísmo isola a criatura dos seus semelhantes, tornando-a cativa de si mesma, paralisando muitas de suas faculdades espirituais.

Deus nos criou para vivermos em conjunto, e para isso nos mostra como exemplo todos os outros reinos, que estão sempre em grande atividade, formando conjuntos em trocas incessantes dos valores da vida. O egoísmo na reclusão é duplamente inferior, por deixar inativos os dons, principalmente a caridade.

É de grande valor que recordemos João, no capítulo dez, versículo trinta, quando nos diz as palavras do Mestre:

- Eu e meu Pai somos um.

Se Jesus e o Pai estão unidos, e Deus está sempre presente em toda a criação, Ele condena terminantemente a reclusão. As criaturas devem permanecer unidas com as suas irmãs, trabalhando e servindo de degraus para que outras possam subir. Nesta operação divina e humana, todas serão beneficiadas pela vida e por Deus, que comanda a vida.

É indispensável que tenhamos equilíbrio em tudo; os extremos é que nos fazem mal, no porte espiritual em que nos encontramos. Alguns momentos de meditação e a sós não fazem mal a ninguém. Em tudo, o que nos prejudica mais é o abuso das possibilidades que temos para crescer, instruindo e educando.

Alguns homens considerados grandes no passado, se entregavam à reclusão por anos a fio, meditando e, por vezes para não se "contaminarem" com a massa humana, esquivando-se das "impurezas" dos outros. Entretanto, devemos nos aproximar dos que ficaram na retaguarda, a ajudá-los na caminhada, assim como os benfeitores da eternidade sempre fazem conosco. É da lei receber e dar, dar para receber, sem, contudo, exigir essa troca natural do sistema de leis espirituais criadas por Deus.

As leis do amor e da caridade se encontram vibrando em toda a atmosfera material e espiritual, e devemos obedecer a elas para entrar em plena harmonia com a vida maior. Se todas as criaturas praticassem o isolamento, qual seria o resultado? Seria uma distorção da lei divina, que se expressa nos mundos.

A Doutrina dos Espíritos, fazendo reviver o Cristianismo na sua plenitude, nos mostra que a reclusão absoluta nos exclui da própria vida, pois, nós encontramos Deus mais presente para os nossos corações e em conjunto é onde cada criatura desenvolve dons diversos para analisar a existência de Deus. Todos evoluindo em conjunto, as claridades se fazem com mais evidência, ampliando a certeza de que o Pai se encontra em todo lugar onde pulsa a vida.

A vida dos corpos se evidencia porque tudo neles trabalha em conjunto. Também os elementos reunidos na água, esse líquido divino que sustenta a vida na Terra em todos os reinos, estão em plena coesão como se fosse o amor a se mostrar na matéria...

A reclusão não pode acontecer ao homem que já é dotado de razão, no qual a inteligência é capaz de discernir o que não convém, principalmente o isolamento absoluto. Deus, o Senhor Supremo de todas as coisas, se encontra em plena atividade e dentro de toda a criação. Um dia, poderemos dizer como Jesus o fez:

Eu e o Pai somos um.

 

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