FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVI

 

Questão 769 comentada

CAPÍTULO 04

0769/LE

INSULAMENTO ABSOLUTO

 

Somente existe um absoluto, que é Deus e as Suas leis. Todas as coisas criadas pelos homens são relativas, dentro da relatividade que o tempo, o espaço e a maturidade comportam.

O homem é cheio de manias criadas por ele mesmo, e ainda pensa, quando não tem compreensão, que suas idéias estão certas. Ele enverga uma roupagem ilusória, julgando-se o próprio Deus. A presunção carrega-o para a perdição, até que encontre a verdade.

As almas, no começo da sua evolução, se nos parecem egocêntricas, por lhes faltar sabedoria. Tudo que existe pertence a Deus. Nós outros, em todos os planos que podemos habitar, somos usufrutuários, e não proprietários; até os corpos que periodicamente vestimos são doados por Deus, para que sirvam de instrumento à nossa evolução.

Que direito tem o ser humano de se isolar dos seus companheiros? Qual a finalidade desse gesto, que não o leva a nada? Isolar-se é desprezar as companhias que Deus proporciona às almas, para completarem o que buscam. O progresso vai nos dotando de novas condições, e os nossos dons passam a se desenvolver, atendendo muitas das nossas necessidades.

O futuro vai nos dizer que, na extensão dos evos, a diferença entre homem e mulher deverá desaparecer, para concentrar as qualidades em uma só pessoa. é a evolução nos mostrando a integração das qualidades. Não é que retrogradaremos envolvidos pela prosápia; é que, com esse espaço, já estaremos livres do egoísmo e do orgulho para sempre, porque conheceremos a verdade e porque já teremos dado conta de nós mesmos ao Criador.

Escutemos o que Paulo disse aos Romanos, no capítulo quatorze, versículo doze, demonstrando conscientização das leis naturais feitas pelo Senhor:

Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.

Se nos insulamos por vaidade, para nos mostrar aos que passam, somente nós iremos dar conta a Deus dos nossos atos; é por isso que devemos, por lei do bem, viver em conjunto, para ensinar e aprender o que sabemos e o que ainda precisamos saber. Toda satisfação presunçosa é falta que fere a consciência. As nossas lutas devem ser sempre em favor de todas as criaturas, não somente em benefício próprio.

O homem que se condena a não ser útil a alguém está à beira da falência, comungando com o desprezo de si mesmo; ele está morrendo, quando não serve para servir. O Espírito hiperbólico vai automaticamente para os extremos, onde ele sofre as conseqüências da sua ignorância. Foi para nos moderarmos que Deus nos deu inteligência, para que ela nos guie naquilo que pode e deve.

A Doutrina dos Espíritos surgiu no mundo para impulsionar a humanidade, juntando todos os povos em um só ideal, o de confraternizar todos os povos, de fundar uma filosofia social cristã, de sentir todos os nossos semelhantes como a nós mesmos. Todos têm os mesmos direitos e, certamente, deveres.

A dor e os problemas, os infortúnios de toda ordem, devem desaparecer dentre os homens, quando não existir mais orgulho e egoísmo nos corações. Compete a cada criatura trabalhar dentro de si para expulsar tudo o que é contrário ao amor, deixando lugar para o nascimento do Cristo no coração, de que Deus possa comandar os nossos destinos na nossa plena consciência de viver.

Que Deus nos abençoe sempre nas nossas atitudes, que Jesus nos oriente pelo Evangelho, de maneira a não só falarmos da Boa Nova, mas passarmos a vivenciá-la em todos os momentos da nossa vida.

 

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