FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XVI

 

Questão 767 comentada

CAPÍTULO 02

0767/LE

INSULAMENTO

 

O insulamento é contrário à lei da natureza. Quem se isola fica afastado do intercâmbio com as outras vidas. Quem deseja estudar a natureza, que procure verificar o corpo humano, esse complexo maravilhoso sob o comando do Espírito. Ele é uma sociedade de vidas, de microvidas em uma ação social, em trocas até então incompreendidas entre os homens. O corpo humano é uma sociedade de valores, para oferecer à alma oportunidades valiosas de crescimento.

As letras que compõem um livro tiveram que entrar em sociedade, se afinarem com o assunto em questão, e daí surgir a harmonia, em se mostrando o ideal.

Os homens, por instinto, buscam a sociedade: desde a era do homem primitivo, eles não vivem sós.

É sabido que nos garimpos de pedras preciosas, onde se encontra uma de valor, existem outras.

Os homens da lavoura sentem-se melhor juntos com companheiros que possuem as mesmas idéias; assim os políticos, os advogados, os médicos, os engenheiros, os militares etc..

O homem arredio sofre as conseqüências do isolamento e atrofia seus valores. Às vezes, é necessário um pouco de solidão, para nos fazer pensar sobre as leis de Deus, mas nunca devemos permanecer nela.

A pergunta setecentos e sessenta e sete foi bem formulada: "é contrário à lei da natureza o insulamento absoluto?" O insulamento é contrário à lei da natureza, porém, de vez em quando é remédio para ensinar a alma a pensar no Criador, refletindo sobre a necessidade de trabalhar e conviver com os outros.

A missão de Jesus não foi outra, a não ser a valorização da vida social. O Cristianismo estimula essa forma de vida, revelando todas as leis de amor para beneficio do conjunto.

Jesus não ficou solitário; em primeira mão, escolheu doze discípulos para conviverem com Ele e divulgarem Sua mensagem de amor e de fraternidade. Convém observar que onde se fala em Jesus reúnem-se companheiros para a propagação da fé.

O Cristo de Deus não veio ao mundo para ficar isolado da humanidade. Se fora assim, para que a Sua presença divina no seio dos povos? Os homens investidos do poder temporal tramaram todos os meios para fazer calar Jesus, porque não podiam interferir na Sua fala.

Vejamos em Atos dos Apóstolos, capítulo treze, versículo vinte e oito:

E embora não achassem nenhuma causa de morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto.

Eis o tamanho da ignorância dos homens, desejando permanecer nas trevas, expulsando a luz. Não achando em Jesus nada que O denunciasse, mesmo assim pediram a Sua morte, libertando um criminoso em seu lugar. Quiseram assim, assim aconteceu, e até hoje os criminosos estão soltos, por acharem afinidade com os que desejam que eles fiquem soltos. Jesus, essa luz incomparável, se encontra afastado dos que gostam das trevas, até o dia em que eles resolverem respirar o clima de amor e da paz de Deus.

É preciso que os homens se afastem do insulamento. Não devemos atrofiar nossos valores, porque juntos são trocadas as experiências que devem ser permutadas com a alegria da vida e as bênçãos de Deus. Se possível, conversemos com os presidiários para saber o que eles passam; assim, logo mudarão de idéia os que têm intenção de se afastarem da sociedade. Fomos criados para viver em conjunto, onde pode nascer a paz de consciência, o saber e o próprio amor.

 

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