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INSULAMENTO
O insulamento é contrário à lei da natureza. Quem se isola fica afastado
do intercâmbio com as outras vidas. Quem deseja estudar a natureza, que
procure verificar o corpo humano, esse complexo maravilhoso sob o comando
do Espírito. Ele é uma sociedade de vidas, de microvidas em uma ação
social, em trocas até então incompreendidas entre os homens. O corpo
humano é uma sociedade de valores, para oferecer à alma oportunidades
valiosas de crescimento.
As letras que compõem um livro tiveram que entrar em sociedade, se
afinarem com o assunto em questão, e daí surgir a harmonia, em se
mostrando o ideal.
Os homens, por instinto, buscam a sociedade: desde a era do homem
primitivo, eles não vivem sós.
É sabido que nos garimpos de pedras preciosas, onde se encontra uma de
valor, existem outras.
Os homens da lavoura sentem-se melhor juntos com companheiros que possuem
as mesmas idéias; assim os políticos, os advogados, os médicos, os
engenheiros, os militares etc..
O homem arredio sofre as conseqüências do isolamento e atrofia seus
valores. Às vezes, é necessário um pouco de solidão, para nos fazer pensar
sobre as leis de Deus, mas nunca devemos permanecer nela.
A pergunta setecentos e sessenta e sete foi bem formulada: "é contrário à
lei da natureza o insulamento absoluto?" O insulamento é contrário à lei
da natureza, porém, de vez em quando é remédio para ensinar a alma a
pensar no Criador, refletindo sobre a necessidade de trabalhar e conviver
com os outros.
A missão de Jesus não foi outra, a não ser a valorização da vida social. O
Cristianismo estimula essa forma de vida, revelando todas as leis de amor
para beneficio do conjunto.
Jesus não ficou solitário; em primeira mão, escolheu doze discípulos para
conviverem com Ele e divulgarem Sua mensagem de amor e de fraternidade.
Convém observar que onde se fala em Jesus reúnem-se companheiros para a
propagação da fé.
O Cristo de Deus não veio ao mundo para ficar isolado da humanidade. Se
fora assim, para que a Sua presença divina no seio dos povos? Os homens
investidos do poder temporal tramaram todos os meios para fazer calar
Jesus, porque não podiam interferir na Sua fala.
Vejamos em Atos dos Apóstolos, capítulo treze, versículo vinte e oito:
E embora não achassem nenhuma causa de morte, pediram a Pilatos que ele
fosse morto.
Eis o tamanho da ignorância dos homens, desejando permanecer nas trevas,
expulsando a luz. Não achando em Jesus nada que O denunciasse, mesmo assim
pediram a Sua morte, libertando um criminoso em seu lugar. Quiseram assim,
assim aconteceu, e até hoje os criminosos estão soltos, por acharem
afinidade com os que desejam que eles fiquem soltos. Jesus, essa luz
incomparável, se encontra afastado dos que gostam das trevas, até o dia em
que eles resolverem respirar o clima de amor e da paz de Deus.
É preciso que os homens se afastem do insulamento. Não devemos atrofiar
nossos valores, porque juntos são trocadas as experiências que devem ser
permutadas com a alegria da vida e as bênçãos de Deus. Se possível,
conversemos com os presidiários para saber o que eles passam; assim, logo
mudarão de idéia os que têm intenção de se afastarem da sociedade. Fomos
criados para viver em conjunto, onde pode nascer a paz de consciência, o
saber e o próprio amor.
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