FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XV

 

Questão 748 comentada

CAPÍTULO 34

0748/LE

LEGÍTIMA DEFESA

 

Não devemos confundir a lei de Deus com as leis dos homens, pois na lei de Deus não existe legítima defesa. Isso é recurso dos homens para atenuarem os seus crimes. Eles mesmos, os criadores das leis, de tanto mal que fazem à coletividade, ficam procurando um preventivo para as suas faltas.

Não há razão nenhuma para que se possa tirar a vida de outrem. Mesmo ameaçado pelos criminosos, existem muitos meios de defesa. Se desejamos saber se a legítima defesa tem o assentimento de Deus, por que não perguntar o que deve ser feito nesses casos? E a meditação nos responderá: mudança de vida, transformação íntima.

A transformação é a melhor defesa contra todos os males. Se alguém nos agride, certamente é porque agredimos alguém. Se o arrependimento já vibra em nossa mente e em nosso coração, procuremos os meios de defesa antes que o mal aconteça. Entreguemo-nos ao amor, a todos e a tudo, que o resto virá por acréscimo de misericórdia. Deus está em toda parte, como igualmente no agressor, cobrando e ensinando ao agredido que tudo é todos são filhos do mesmo Deus.

Quem é mais agredido, o animal ou o homem? A natureza ou o homem? Se o ser humano, mesmo depois que conhece certas leis, não pára de agredir os animais e a natureza, ele recebe de volta a mesma agressão. Pensemos nisso, que procuraremos a legítima defesa de outra maneira. Comecemos a respeitar a vida em todas as suas faixas, que a nossa será sempre defendida em todos os aspectos. Devemos dilatar a nossa mente no conhecimento da verdade. Verifiquemos a vida dos grandes homens e meditemos em nosso procedimento ante os nossos semelhantes e ante a natureza, que mudaremos de opinião.

O certo não é revidar ao agressor; ele está sendo instrumento da cobrança do que já foi feito; é não se nivelar a ele para não se tornar também um agressor. Quanto à legítima defesa, os verdadeiros caminhos estão com Jesus: quando o ódio vier ao nosso encontro, criemos uma legítima defesa com o amor; se o violento nos agredir, perdoemos, esquecendo a falta; se alguém nos rouba, oremos por ele, sem o Espírito de vingança. Procuremos ser honestos em tudo que fazemos e pensamos, porque a vida, bem o sabemos, nos retribui o que entregamos aos outros.

A legítima defesa somente se alicerça com Deus no coração, em se expressando amor. Não devemos brincar com a justiça divina, nem servir de instrumento consciente dessa força poderosa. Para tanto, existe quem a dirige pelos processos que desconhecemos. Não é dado a nós fazer justiça com as nossas próprias mãos. Devemos fazer tudo para que as nossas mãos não fiquem manchadas com o sangue do nosso irmão. Trilhemos os caminhos do bem, apeguemo-nos ao Evangelho e condicionemos seus preceitos na consciência, que tudo mudará a nossa volta, para que tenhamos mais vida e acendamos luz onde haja trevas.

Todo assassino responde pelo seu ato contra o seu irmão. A escala de culpabilidade é enorme, contudo, matar é sempre falta grave, porque somente quem deu a vida pode tirá-la quando achar conveniente. Lembremos ainda que existem muitos meios de assassinar, inclusive aquele que lentamente vai matando as criaturas...

Se queremos ficar livres da justiça divina, somente existe um caminho: o amor ensinado por Jesus. Repitamos as palavras de Marcos, do capítulo dez, versículo vinte e seis:

Eles ficaram maravilhados, dizendo entre si: Então, quem pode ser salvo?

Que Jesus nos abençoe na compreensão das suas imortais mensagens.

 

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