FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XV

 

Questão 746 comentada

CAPÍTULO 32

0746/LE

ASSASSÍNIO

 

Grande crime é o assassínio, diante das leis da vida, no entanto, é lógico observar que não é somente quem mata que agiu contra a lei, mas também quem sucumbiu, igualmente, por ter provocado ao que se tornou assassino.

Neste caso, julgar só quem matou, será justiça? Se quem morreu não tivesse culpa, onde estaria a lei que regula a preciosidade que se chama vida? Quem não deve, não pode temer e nem sofrer as conseqüências da maldade humana. No caso, por exemplo, de um missionário que perde a vida física por maldade dos que têm ciúme da sua tarefa, onde estaria a justiça de Deus? No caso de Ghandi, onde estaria a justiça que vibra no mundo, garantindo a paz dos justos? Ele tinha alguma dívida do passado, e quem o matou serviu de instrumento de escândalo, e também sofre por sua ignorância.

Não há erro nos fatos que ocorrem no mundo inteiro. Deus somente permite o que deve acontecer, com o Espírito extraindo do fato lições preciosas. Todos os assassínios que acontecem no mundo, têm a permissão do Supremo Mandatário do Universo. Nada acontece sem a Sua permissão. Faz-se necessário que lembremos a resposta de "O Livro dos Espíritos", à pergunta quinhentos e trinta e seis, para que possamos entender melhor:

Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus.

De vez em quando repetimos essa resposta para que possamos sentir que Deus não se encontra fora .dos acontecimentos, como afirmam outras religiões, entregando esses acontecimentos a Satanás, criação dos próprios homens.

Quando o Espírito diz que tudo tem uma razão de ser, incluem-se aí todos os fatos, e não somente o que se refere aos flagelos provocados pela natureza, que não vêm, obviamente da natureza, mas que têm sua origem na mente dos homens em desarmonia.

Quase todos os seres humanos são culpados dos assassínios, porque, se não matam seus semelhantes, inspiram o assassino de variadas formas. Basta parar e pensar um pouco no que fazemos da vida durante a existência. É bom que nos lembremos que os pensamentos inferiores matam, que a palavra em desencontro com a verdade mata, que os sentimentos contrários ao amor matam. Como reclamar dos ladrões e dos assassinos? Como julgar ao que age segundo aquilo que aprendeu conosco? É por isso que as próprias leis da Terra têm um pouco de tolerância com os fora da lei e, algumas vezes, protegem os que se encontram por trás dos acontecimentos.

No entanto, a lei divina vê tudo, e cada um responde pelo que faz, ou inspirou a quem fez. Certamente que aquele que tira a vida do seu semelhante é o grande culpado, mas, quem o ajuda a tirar, mesmo sem aparecer, a lei procura e não erra o endereço. Somente nos livramos da ação da lei divina, conhecendo e praticando a verdade, para que o amor nos coloque no céu da consciência.

Não rejeitemos o Cristo, que constantemente bate em nossas portas, a nos convidar para a grande transformação interior. Ninguém salva ninguém, a não ser Deus, que age no próprio indivíduo, no caso da Terra, pelas mãos do Cristo. É muito bom conhecer o Evangelho, ciência divina, porém, só completamos a libertação total de onde estamos presos, pela vivência dos seus preceitos.

Quem pode levantar o braço em testemunho destas palavras:

"Nunca roubei, e jamais assassinei?"

Vejamos, sem comentários, a escrita de Mateus, no capítulo treze, versículo quarenta e sete:

O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie.

 

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