FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XV

 

Questão 740 comentada

CAPÍTULO 26

0740/LE

PEQUENAS LUTAS

 

Os flagelos comumente são provas morais, porque diante dessas provações as criaturas estendem as suas conquistas, de modo a conhecerem a si mesmas, bem como passam a reconhecer o poder de Deus.

Os grandes acontecimentos na Terra são para despertar as almas aos conhecimentos das leis de Deus. No entanto, o que chamamos de flagelos morais e sociais são pequenas lutas, em se .comparando com as lutas internas que devem ser travadas pelos homens, cada um com a sua guerra particular." Essas são as maiores e mais difíceis de serem vencidas. É a vitória sobre si mesmo.

Uma catástrofe com pouco tempo passa, e somente fica registrada na história, mas, logo a mente substitui a forte lembrança dos seus efeitos. Porém, as convulsões internas são duradouras, batalhas estas que demoram para serem extirpadas do coração. As paixões inferiores levam séculos ou milênios para serem suportadas. Somente a borracha do tempo, com as mãos da boa vontade sem cessar, pode apagá-las da consciência. As lutas exteriores são pequenas, em relação às da intimidade.

Os flagelos são provas morais e processos de despertamento das criaturas. Somente passando por esses testes, as almas se capacitam para novas subidas. Como exercitar a inteligência, se nada existe que possa irrompê-la? São as necessidades que a fazem progredir. Esses são os meios que Deus usa, para o bem da humanidade.

Em todos os esforços para o bem, em todos os trabalhos empreendidos para divulgação da luz, quando se começa a acendê-la dentro d'alma, logo surgem em nossos caminhos os tropeços de toda ordem, e os contraditores, como Barrabás, passam a se movimentar para esfriarem o aprendiz nos seus deveres para com Deus e a consciência.

Mateus, no capítulo vinte e sete, versículo vinte e seis, assim nos fala pelo auxílio das letras evangélicas:

Então Pilatos lhes soltou Barrabás; e após haver açoitado a Jesus, entregou-o para ser crucificado.

Não podemos esquecer de, ao aceitarmos Jesus, tomarmos a cruz e seguir o Mestre. Aparecerão os Pilatos em nossos caminhos trazendo-nos os açoites e as crucificações dia-a-dia, como testes, pelos quais ficará provado se verdadeiramente estamos preparados para sermos discípulos do Mestre. Ainda assim, são pequenas as lutas por fora, para que possamos nos preparar para as grandes lutas internas, combatendo os inimigos da cidade da alma que bem conhecemos, quais sejam o orgulho, o egoísmo, o ódio, a inveja, o ciúme, a maledicência etc. Eles são inúmeros, e quando um desaparece, surge outro para tomar seu lugar. A luta é grandiosa e intensa.

Foi para ajudar aos homens que Jesus, por amor, veio à Terra, deixando a Sua herança para a humanidade: o Evangelho, fator de luz para a luz da alma. As letras da Boa Nova são pingos de luz do coração de Deus, seiva divina que alimenta e dá vida às criaturas.

Quando acontece uma catástrofe muito grande na Terra, todas as nações se unem pela influência da fraternidade, e é nessa união que começa a surgir o amor de umas para com as outras, porque antes não existia essa união. Eis o porquê desses abalos que quando não surgem pelas mãos dos homens, a natureza faz aparecer.

As nações foram divididas, não para aumentar e alimentar o egoísmo, mas, sim, para aperfeiçoar os conhecimentos de todas as ciências, trocando depois experiências umas com as outras. O comércio existe para mostrar aos homens o quanto vale a fraternidade. Não pensem os homens que eles fazem o que bem desejam; somente fazem a vontade de Deus, pelos caminhos que Ele mesmo sabe usar. As pequenas lutas têm a missão de lhes preparar para as grandes batalhas dentro de si mesmas.

 

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