FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XV

 

Questão 737 comentada

CAPÍTULO 23

0737/LE

FLAGELOS DESTRUIDORES

 

Já falamos muitas vezes que a natureza responde, quando ferida pela ignorância humana ou por interesses pessoais. Deus fere a humanidade de vez em quando para despertá-la.

A iluminação espiritual, em certa faixa evolutiva, requer a violência de que a história nos dá notícias. Podemos mencionar algumas, como Sodoma e Gomorra, Herculano e Pompéia, Nagasaki e Hiroshima, não falando do dilúvio parcial que houve há muitos milênios atrás. Muitas foram, ainda, as guerras, pestes e fome que abalaram a humanidade. São meios usados para acordar as almas que não desejam despertar para a luz de Deus. E, pelo que notamos, por aí vêm mais flagelos, pois os seres humanos não esquecem a cizânia entre as nações, que se estende cada vez mais por egoísmo e orgulho. São povos que deverão ser abalados por convulsões para sacudir seus alicerces, para fazê-los lembrar de Deus.

A destruição é, pois, uma necessidade para melhorar moralmente a humanidade. Somente a dor, no estágio em que se encontram os povos, pode abrir os olhos de todas as criaturas da Terra. Esses acontecimentos bruscos parecem calamidades e muitos perguntam porque Deus permite isso, mas, se esquecem de que são os próprios homens que pedem esses acontecimentos pela sua conduta. As mentes vibram em faixas negativas, pedindo acontecimentos da mesma ordem. Não são as mãos humanas que estão fabricando bombas e enchendo paióis e mais paióis desses instrumentos de matanças?

Muitos dizem que são poucos os que fazem parte dessa indústria da morte, que eles é que deveriam sofrer as conseqüências, e não toda a humanidade. Entretanto, falham no raciocínio, porque todos os pensamentos de vingança, de ódio, de orgulho, de brutalidade ou similar se acoplam aos pensamentos dos cientistas e guerreiros, dos mandatários dos países belicosos. Enfim, pela lei de sintonia, todos são culpados pelos acontecimentos que vêm por essas vias. Se Deus é justiça, ninguém recebe o que não merece.

Se queremos fugir à ação da lei, procuremos educar os nossos pensamentos que, mesmo fazendo parte da humanidade, não sofreremos as correções que os foras-da-lei deverão sofrer. Se já acordamos, não precisaremos mais de quem nos desperte. Precisamos estudar, observando os frutos que resultam do que chamamos de flagelos.

O barulho maior vem daqueles que perdem bens materiais nesses acontecimentos. Depois de todas as catástrofes, vem a bonança, e o progresso moral se evidencia em várias direções. Compete a todos os homens trabalhar no íntimo d'alma, construindo o edifício moral, para que o amor cresça nos pontos sensíveis do Espírito, ganhando alturas para sentir Deus.

Se fôssemos esperar as pedras onde elas se encontram, para as benfeitorias nas ruas e nas casas, ficaríamos sem esse conforto, porém, usando a dinamite, pelos canais da inteligência, chega logo o progresso, de modo a favorecer as criaturas. Benditos sejam os flagelos que vêm de Deus; eles têm algo de amor, trazendo paz ao coração e despertando as boas qualidades de todas as almas. Por isso, os hospitais, em muitos casos, ajudam mais as almas para o progresso, do que os discursos que mostram preceitos de todas as gamas, mas que quase sempre vêm pelos fios da teoria.

A Doutrina dos Espíritos, como sendo a volta de Jesus à Terra, nos mostra os meios de melhorar para diminuir os flagelos, aumentando o amor, fazendo crescer a concórdia e estendendo a fraternidade em todas as direções da vida.

Os flagelos são esquemas de luz em benefício dos que dormem.

 

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