FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XV

 

Questão 727 comentada

CAPÍTULO 13

0727/LE

SOFRIMENTOS VOLUNTÁRIOS

 

Mesmo os sofrimentos naturais que vêm ao encontro da alma devem ser cuidados para se amenizarem. Foi para tal que Deus nos dotou do instinto de conservação.

Por que não usar a inteligência para o bem-estar? Esse é o trabalho em que o ser humano deve se empenhar com circunspeção, nunca perdendo a serenidade e vendo em tudo isso meios de elevação, compreendendo que se encontra em uma escola de luz, onde Jesus é o comandante dos nossos destinos, por vontade de Deus.

Os sofrimentos voluntários criam em nossos caminhos espinhos que nos inquietam no futuro. Se já sabemos desta verdade, é bom que não caiamos em novas tentações. No passado distante, eram muito usados esses métodos de castigar o corpo para elevação da alma, porém compreendendo a Doutrina dos Espíritos, que é a mesma Doutrina de Jesus, não tem mais sentido mantermos esse erro que a ignorância sustentou por muito tempo.

O homem precisa muito de saúde para trabalhar com mais alegria; se busca a doença, o que pode produzir? A busca de sofrimentos voluntários é uma decadência moral que desaparece com a chegada da nova geração, que desponta com outra modalidade de procedimento recém-trazida dos planos espirituais.

O sofrimento que devemos impor à alma para a elevação moral, é o sacrifício que se pode fazer esquecendo ofensas, eliminando a vaidade, combatendo o orgulho e o egoísmo. Esse sacrifício é abençoado por Deus e cria na cidade da consciência um clima de luz que ilumina o céu do coração. Todavia, no que se refere ao corpo, deves cuidar dele com todo o amor, pois ele é instrumento da alma para a grandeza da vida.

Os rigores que o homem infligia ao seu corpo por inspiração das sombras tornar-se-ão em distâncias imensuráveis que se estendem entre a consciência e a luz. Nós somos famintos do alimento da vida, e para nos saciarmos devemos buscar a fonte verdadeira que vem de Deus, e que é o Cristo.

João nos fala, no capítulo seis, versículo trinta e cinco:

Declarou-lhes, pois, Jesus:Eu sou o pão da vida; o que vem a mim, jamais terá fome; e o que crer em mim, jamais terá sede.

Crer em Jesus não é sacrificar o corpo, mas, sacrificar as paixões inferiores. Passar fome e ser crucificado por simples vaidade são atos exteriores que de nada valem para a elevação da alma.

Busquemos em Jesus o alimento verdadeiro e a água divina que nos sustenta o Espírito, e busquemos no esforço, no trabalho, o sustento para o corpo. Com os dois, e em plena saúde, poderemos sentir a vida na dimensão do amor, de modo a ver e sentir a esperança de vida eterna que pode nos dar a natureza.

Atendamos, pois, ao instinto de conservação, estudando-o na sua função divina e humana, que aos poucos conheceremos a verdade que rasga o véu, nos mostrando outra vida, cuja conquista se faz por nossas próprias mãos, acionadas pela vontade de Deus, à qual serve de canal o amor de Jesus.

 

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